SA7.1 - SAÚDE DO TRABALHADOR (TODOS OS DIAS)
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41560 - EXPERIÊNCIA DE INCAPACIDADE PARA O TRABALHO DE USUÁRIOS-TRABALHADORES DO TERRITÓRIO DE UMA UNIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIA (USF) LUIZA MONTEIRO BARROS - PPGSAT/UFBA, MÔNICA ANGELIM GOMES DE LIMA - FMB/UFBA
Apresentação/Introdução A incapacidade para o trabalho (IT) encontra-se em crescimento no mundo, agravada pela precarização das condições e relações de trabalho. Envolve aspectos físicos, psicossociais do trabalhador, fatores contextuais, seguridade social e trabalho. A APS tem papel potencial na prevenção de agravos e gestão do cuidado de trabalhadores com redução da funcionalidade e incapacidade para o trabalho.
Objetivos Compreender a experiência da incapacidade para o trabalho dos usuários-trabalhadores do território adstrito de uma Unidade de Saúde da Família.
Metodologia Trata-se de estudo qualitativo de caráter exploratório com orientação analítico-descritivo, que se apoiou no referencial da Fenomenologia Social de Schutz, explorando o cotidiano de usuários-trabalhadores do território de uma USF. O Modelo Ecológico de Gerenciamento de Casos orientou abordagem da incapacidade para o trabalho. Foram realizadas entrevistas em profundidade com oito usuários com incapacidade para o trabalho, domiciliados no território adstrito à Unidade de Saúde da Família. Os dados foram submetidos à análise temática
Resultados Na biografia dos usuários ouvidos, trabalho infantil, dificuldade de escolarização e inserção precária no mercado de trabalho estão presentes. O afastamento do trabalho prévio relacionava-se não só à condição de saúde, mas às situações sociais, como a maternidade solo e o se tornar cuidador de familiar idoso. O não retorno ao trabalho mostrou ausência ou fragilidades na reabilitação profissional para o trabalhador informal. O agravo gerador da IT gerou impactos físicos e psicossociais, mas também estratégias para ampliar funcionalidade e construção de rede de suporte social. O protagonismo da ESF com retaguarda técnica, mesmo com limitações, promoveu cuidado em saúde e proteção social.
Conclusões/Considerações Evidenciou-se que a vulnerabilidade social e programática, a falta de cooperação e comunicação entre os atores-chaves incidiram como determinantes da incapacitação. A ESF deve ser fortalecida e capacitada para a atenção à saúde do trabalhador. A despeito das ações e das atitudes de enfrentamento dos usuários, a IT desorganizou o cotidiano e fragilizou os poucos recursos desses sujeitos à permanência no mercado de trabalho ou na franja do mercado.
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