Sessão Assíncrona


SA7.1 - SAÚDE DO TRABALHADOR (TODOS OS DIAS)

41270 - DETERMINANTES DOS TRANSTORNOS MENTAIS COMUNS EM TRABALHADORES(AS) RESIDENTES EM ZONAS URBANAS: UMA ABORDAGEM COM MODELAGEM DE EQUAÇÕES ESTRUTURAIS
JULES RAMON BRITO TEIXEIRA - UEFS, TÂNIA MARIA DE ARAÚJO - UEFS, PALOMA DE SOUSA PINHO FREITAS - UFRB, SUERDA FORTALEZA DE SOUZA - SESAB, IRACEMA LUA - UFBA, TARCISO DE FIGUEIREDO PALMA - UEFS, ARIANE CEDRAZ MORAIS - UEFS, NATÁLIA DO CARMO ARAÚJO - UEFS, MACIEL ALVES DE MOURA - UEFS


Apresentação/Introdução
Nas últimas décadas, observa-se tendência crescente sustentada da frequência de transtornos mentais. Parte significativa desses transtornos afetam trabalhadores(as). Os estressores ocupacionais estão entre os fatores determinantes desses agravos. Diferenciais relativos ao gênero, renda, insatisfação e hábitos de vida podem atuar na relação estressores-transtornos mentais.

Objetivos
Avaliar o efeito direto e indireto de determinantes dos Transtornos Mentais Comuns (TMC) em trabalhadores residentes em áreas urbanas, com foco nos estressores ocupacionais (exposição principal) e sua relação com gênero, satisfação e hábito de vida.

Metodologia
Analisamos dados transversais da 2ª onda de uma coorte prospectiva em amostra da população de áreas urbanas de Feira de Santana, Bahia. Os participantes (N= 1.629) foram selecionados por procedimento de amostragem complexa em dois estágios de agrupamento (setores censitários e ruas), estratificados por subdistritos. O modelo estrutural incluiu as variáveis latentes: TMC (desfecho), mensurada pelo SRQ-20; estressores ocupacionais (EO), avaliados pelo JCQ e ERI e insatisfação global (INSAT), pelo WHOQOL-bref. Foram incluídas na análise: sexo, renda mensal, sobrecarga doméstica (SD) e prática de atividades de lazer. Para análise dos dados, procedeu-se modelagem com equações estruturais.

Resultados
EO tiveram efeito direto significante sobre os TMC (β=0,23), assim como o sexo feminino (β=0,24) e INSAT (β=0,50). Dentre os efeitos indiretos, observou-se maior prevalência de TMC entre mulheres com maior SD, maior nível de EO, menor renda e maior INSAT. A renda também contribuiu significativamente, identificando-se que: quanto maior a renda, maior o nível de EO e a prevalência de TMC; quanto menor a renda, maior a INSAT e maior a frequência do desfecho. Verificou-se relação positiva entre a elevação da SD e dos EO nessa ocorrência. O hábito de não praticar atividades de lazer resultou em maiores níveis de INSAT, de EO e de TMC. Maior INSAT associou-se à elevação dos EO e dos TMC.

Conclusões/Considerações
O estresse ocupacional foi determinante dos TMC em trabalhadores(as). Questões de gênero potencializaram o sofrimento mental, com destaque para mulheres com maior sobrecarga doméstica. A insatisfação foi o fator que mais contribuiu com os TMC, com efeito na elevação do estresse ocupacional. São necessárias ações para reduzir o estresse ocupacional, as diferenças de gênero e insatisfação dos(as) trabalhadores(as) dentro e fora do trabalho.