SA7.1 - SAÚDE DO TRABALHADOR (TODOS OS DIAS)
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40853 - ACIDENTES DE TRABALHO E DOR MUSCULOESQUELÉTICA EM ENTREGADORES NO CONTEXTO DA ECONOMIA DE PLATAFORMA JANAÍNA SANTOS DE SIQUEIRA - UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA / UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO, GUILHERME LOUREIRO WERNECK - UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO, RITA DE CÁSSIA PEREIRA FERNANDES - UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
Apresentação/Introdução Os entregadores compõem categoria emblemática na economia de plataforma, por seu crescimento acelerado e precarização do trabalho. Majoritariamente jovens, negros e com baixa escolaridade, estes trabalhadores informais e geograficamente dispersos estão expostos a riscos para agravos à saúde, cuja investigação epidemiológica torna-se mais desafiadora no contexto das novas morfologias do trabalho.
Objetivos Revisar a literatura científica acerca da exposição laboral e agravos à saúde de entregadores na economia de plataforma, com foco em acidentes de trabalho (AT) e dor musculoesquelética (DME), como etapa prévia à realização de websurvey nacional.
Metodologia As bases de dados BVS, PubMed, Medline foram consultadas para seleção de artigos publicados a partir do ano de 2000 nos idiomas português, inglês e espanhol. Foram utilizados os descritores Accidents, “Musculoskeletal pain”, Occupational Injuries, “Motorcycles”, “Food delivery service”, “Gig economy” e seus correspondentes em português e espanhol.
Resultados A literatura sobre o tema é escassa. A renda dependente da quantidade de entregas e a subordinação algorítmica às empresas-aplicativo em extensas jornadas de trabalho nas ruas, sob pressão temporal, geram fadiga e estimulam a direção em altas velocidades que se associam aos AT no trânsito, principalmente entre jovens e recém-habilitados. A violência urbana é outra causa envolvida nos AT. Ademais, os riscos biomecânicos verificados na condução de veículos de duas rodas, motorizados ou não, com exposição à vibração e postura sentada permanente, com esforço físico adicional, podem contribuir para formas incapacitantes de DME multirregional.
Conclusões/Considerações A informalidade e a precarização podem contribuir para a escassez da literatura científica sobre AT e DME, frequentemente subnotificados, entre entregadores. O crescimento desta categoria em razão do desemprego estrutural ou do subemprego justifica a condução de estudos, apesar dos desafios para seu acesso, a fim de evidenciar a exposição e os agravos, com vistas às regulações necessárias para a proteção da vida e da saúde destes trabalhadores.
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