Sessão Assíncrona


SA7.1 - SAÚDE DO TRABALHADOR (TODOS OS DIAS)

40356 - ASPECTOS PSICOSSOCIAIS DO TRABALHO DE PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA DE ESCOLAS ESTADUAIS EM MINAS GERAIS
ROSE ELIZABETH CABRAL BARBOSA - UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS, GIOVANNI CAMPOS FONSECA - UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS, NAYRA SUZE SOUZA E SILVA - UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS, KAMILA TELES SOARES - UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS, ANA CLARA SOARES BICALHO - UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS, LUIZA AUGUSTA ROSA ROSSI-BARBOSA - UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS, ADRIANE MESQUITA DE MEDEIROS - UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS, ROSÂNGELA RAMOS VELOSO SILVA - UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS, ADA ÁVILA ASSUNÇÃO - UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS, DESIRÉE SANT’ANA HAIKAL - UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS


Apresentação/Introdução
O contexto de múltiplas tarefas e o acúmulo de mecanismos avaliativos intensificaram o trabalho dos professores na maioria das escolas. Somando-se aos conflitos no âmbito da gestão escolar, esses são fatores de risco psicossociais frequentemente associados ao adoecimento. Tais fatores foram agravados durante a pandemia COVID-19, principalmente pela adoção da modalidade ensino remoto emergencial.

Objetivos
O objetivo foi analisar associações entre os fatores de risco psicossociais do trabalho e características ocupacionais de professores das escolas da educação básica pública de Minas Gerais, no período de retomada do ensino presencial.

Metodologia
Estudo epidemiológico transversal do tipo websurvey que analisou respostas aos formulários eletrônicos enviados a todos os professores da educação básica das escolas estaduais de Minas Gerais. A coleta de dados ocorreu entre 26 de outubro e 31 de dezembro de 2021 com o apoio da Secretaria de Estado de Educação. Fatores de risco psicossociais do trabalho foram avaliados por meio das respostas ao Job Stress Scale. Características do trabalho docente, sexo e idade constituíram as covariáveis. Foram calculadas associações entre as covariáveis e os fatores de risco psicossociais do trabalho de acordo com os quadrantes previstos no Modelo Demanda-Controle por meio do teste do Qui-quadrado.

Resultados
Participaram 1.870 professores. Entre eles, 77% eram mulheres e 62% tinham 41 anos ou mais. Aproximadamente metade compatíveis com alta demanda psicológica do trabalho, baixo controle e baixo apoio social de colegas e chefes. Um terço dos professores vivenciava experiência de trabalho sob alta exigência. Situação mais frequente para aqueles que já haviam passado pelos primeiros ciclos de desenvolvimento profissional, cumpriam maior jornada semanal, tinham vínculo efetivo na escola estadual, atuavam em múltiplas etapas de ensino e turnos, já haviam retornado, ao menos parcialmente, às atividades presenciais de ensino, estavam insatisfeitos com o trabalho e relataram baixo apoio social.

Conclusões/Considerações
Os resultados obtidos indicam que os professores provavelmente estejam expostos a um ambiente psicossocial negativo. A elevada frequência de tarefas com alta exigência, refletindo a combinação de pressões psicológicas enfrentadas pelo professor e margens restritas de decisão alertam para efeitos sobre a saúde física e mental.