Sessão Assíncrona


SA7.1 - SAÚDE DO TRABALHADOR (TODOS OS DIAS)

39970 - REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DO SUICÍDIO PARA BOMBEIROS MILITARES E COMUNITÁRIOS DE UMA CIDADE DO PLANALTO NORTE-CATARINENSE
THAIS EDUARDA PEREIRA STAUDT - UFMS, ALBERTO MESAQUE MARTINS - UFMS


Apresentação/Introdução
O suicídio é um fenômeno complexo, recorrente desde os primórdios da humanidade e que vem desafiando gestores, profissionais de saúde e a população em geral. Nesse contexto, situamos os bombeiros militares e comunitários que, cotidianamente, lidam com as pessoas que tentam suicídio, em situações de eminência de morte, exigindo uma atuação com baixo tempo-resposta, aumentando a sobrecarga.

Objetivos
Na perspectiva da Teoria das Representações Sociais, esse estudo teve como objetivo identificar e analisar as Representações Sociais do suicídio para Bombeiros Militares e Comunitários de uma cidade do Planalto Norte Catarinense.

Metodologia
Foram realizadas entrevistas com 14 bombeiros, sendo dez militares e quatro comunitários, que atuam em um mesmo Pelotão, desenvolvendo operações voltadas ao atendimento de ocorrências de suicídio. Todos os participantes são homens, com idade média de 37 anos e que atuam, em média, há 13 anos no Corpo de Bombeiros. As entrevistas foram orientadas por um roteiro semiestruturado e procuraram explorar as experiências dos bombeiros no atendimento de ocorrências de suicídio, nos modos de pensar, sentir e agir desses trabalhadores e, ainda, a maneira como constroem suas representações sociais. As entrevistas foram gravadas, transcritas e analisadas por meio da Análise de Conteúdo.

Resultados
Os resultados apontam que o suicídio é representado como uma doença mental e silenciosa, sem perspectivas de tratamento ou cura. Para os entrevistados o fenômeno também é um ato de coragem e egoísmo, produzido pela insatisfação com a vida e desespero, sendo uma forma de aliviar ou escapar dos problemas. Os bombeiros também consideram a tentativa de suicídio como uma fraqueza e covardia, e representam a vítima como um “pecador’, que atenta contra a autoridade divina sobre a vida e a morte. Tais representações estão ancoradas em discursos sociais, como os religiosos, os biomédicos e as concepções militares, gerando sofrimento e sentimentos de culpa e insegurança.

Conclusões/Considerações
Diante de um problema complexo e sem o devido preparo profissional, os bombeiros são pressionados a buscarem em suas experiências pessoais e sociais elementos que os orientem na atuação com as vítimas de suicídio. Destaca-se a necessidade de investimento em estudos e estratégias voltados para orientação do trabalho dos bombeiros, assim como na construção de ações que possibilitem o acolhimento e escuta de suas vivências diante dessas ocorrências.