Sessão Assíncrona


SA7.1 - SAÚDE DO TRABALHADOR (TODOS OS DIAS)

39549 - NOVOS PROCESSOS DE TRABALHO DOCENTE E A DEFESA COLETIVA DA SAÚDE NA PANDEMIA: A EXPERIÊNCIA DE PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA NO RIO DE JANEIRO
KATIA REIS DE SOUZA - FIOCRUZ, GIDEON BORGES DOS SANTOS - FIOCRUZ, ANDRÉA MARIA DOS SANTOS RODRIGUES - FIOCRUZ, ELIANA GUIMARÃES FELIX - FIOCRUZ, LUCIANA GOMES - FIOCRUZ


Apresentação/Introdução
Com a pandemia do novo coronavírus professores foram obrigados à novas maneiras de trabalhar, principalmente por meios telemáticos, tal qual a experimentação do trabalho remoto e do ensino híbrido. Essas adaptações aprofundaram a precarização e intensificação laboral, com novos riscos para a saúde. Entretanto, professores resistem por meio de antigas e novas formas de defesa coletiva da saúde.

Objetivos
Analisar as principais transformações ocorridas no trabalho docente nas redes de educação, pública e particular, no Rio de Janeiro durante a pandemia e as consequências à saúde;
Apresentar novas e antigas formas de resistências coletivas de professores


Metodologia
Trata-se de uma pesquisa social de natureza qualitativa e participativa. A construção do estudo se deu em parceria com o Sindicato dos Professores de Macaé e região e o Sindicatos dos Profissionais de Educação do Rio de Janeiro. A pesquisa de campo compreendeu duas fases no período de julho à dezembro de 2020. A primeira, denominada Oficinas em Saúde e Trabalho, modalidade dialógica de produção de conhecimento. Quanto à segunda, foi constituída pela aplicação das cadernetas de saúde e trabalho, diários de professores sobre o cotidiano de trabalho. Participaram, no total, 35 professores nas Oficinas e 15 nas cadernetas. Quanto à análise dos materiais utilizou-se a técnica de análise temática.

Resultados
Dos relatos das Oficinas e cadernetas sobressaiu o tema da transformação tecnológica dos processos de trabalho docente: aceleramento e pressão na sequência de atividades; simultaneidade e concorrência de trabalhos; impedimentos e adaptações do trabalho virtual e interação entre labor docente e doméstico. O tema do crescimento das desigualdades em educação também ganhou destaque, principalmente às relações de gênero, professoras sofrem com jornadas sobrepostas e intensificadas. Quanto à saúde, observou-se o agravamento de comorbidades pregressas, má qualidade do sono e ansiedade. No tocante às resistências coletivas, identificou-se novas formas de defesa da saúde, como a greve virtual.

Conclusões/Considerações
A adaptação dos processos de trabalho de professores em ambientes virtuais atende ao processo de flexibilização do tempo laboral e das novas funções docentes. A tecnologia se impôs na educação com muita força, suscitando o aprofundamento da precarização e subordinação do trabalho. Não obstante, professores usam a própria tecnologia como ferramenta para emancipação social e ação política, materializando novas formas de defesa coletiva da saúde.