SA7.1 - SAÚDE DO TRABALHADOR (TODOS OS DIAS)
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39178 - “MAMÃE VEM BRINCAR COMIGO DISSO, MAMÃE”: RELAÇÕES DE GÊNERO E TRABALHO REMOTO EM UMA UNIVERSIDADE PÚBLICA FEDERAL DURANTE A PANDEMIA DE COVID-19
TATIANA DOS ANJOS MAGALHÃES - ENSP/ FIOCRUZ, LÚCIA ROTENBERG - IOC/FIOCRUZ
Apresentação/Introdução
Diante da pandemia de Covid-19, as universidades brasileiras aderiram ao trabalho remoto como forma de reduzir a transmissão da doença. Tal situação implica um aumento das atividades domésticas em função do fechamento de escolas. Assim, importa considerar o impacto da transposição do trabalho profissional para a casa sob a ótica das relações de gênero, considerando a divisão sexual do trabalho.
Objetivos
Analisar a relação entre o trabalho doméstico, maternidade e a divisão sexual do trabalho em servidores (as) técnico-administrativos (as) em uma universidade pública federal no Brasil durante o trabalho remoto.
Metodologia
Este estudo apresenta resultados parciais de pesquisa sobre a saúde mental em servidores técnico-administrativos de uma universidade pública no Rio de Janeiro em trabalho remoto. A pesquisa adotou uma abordagem mista, composta por um questionário e pela Escala DASS-21, relativa à depressão e ansiedade (etapa quantitativa) e entrevistas semiestruturadas (etapa qualitativa) ambas na modalidade on-line. Os dados quantitativos foram analisados mediante estatística descritiva. Para a análise das entrevistas foi utilizada a Análise de Conteúdo, conforme Bardin (2016). A pesquisa foi aprovada pelos Comitês de Ética do IOC-Fiocruz e da FM/UFF.
Resultados
A etapa quantitativa (264 participantes) se refere a mulheres cis (61%), homens cis (36%), não binários (2%) e preferiu não se identificar (1%), brancos (60%), pardo e preto (48%) e amarela (1%). Para 50% das mulheres e 45% dos homens, houve aumento no trabalho profissional; 84% e 37%, respectivamente, referem aumento do trabalho doméstico. A responsabilidade total pelo cuidado dos filhos foi referida por 55% e 13%, respectivamente. As categorias gênero e maternidade foram associadas na etapa qualitativa a temas como filhos em casa e invisibilidade do trabalho doméstico, o que se traduz em diferenças de gênero, com maior dificuldade, entre as mulheres, na conciliação das diversas tarefas.
Conclusões/Considerações
A divisão sexual do trabalho implica sobrecarga de trabalho doméstico e de cuidado entre as mulheres, mesmo na presença do cônjuge. A maternidade é frequentemente associada à sensação de culpa dadas a dificuldade em dar conta simultaneamente das atividades de dona de casa, mãe e profissional. Em suma, a ocupação da casa como espaço de trabalho profissional e doméstico em homens e mulheres não influencia a tradicional divisão sexual do trabalho.
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