Sessão Assíncrona


SA7.1 - SAÚDE DO TRABALHADOR (TODOS OS DIAS)

38794 - VIOLÊNCIA E SAÚDE MENTAL NO TRABALHO: DEPOIMENTOS DE PROFESSORES DE UMA UNIVERSIDADE PÚBLICA NA BAHIA
IRACEMA VITERBO SILVA - SESAB/SUVISA/DIVAST-CESAT, ISABELA CARDOSO DE MATOS PINTO - UFBA-ISC


Apresentação/Introdução
O fenômeno da violência vem se tornando cada vez mais comum na sociedade hodierna, ampliando o sentimento de insegurança e medo que atinge a maioria das pessoas. Alguns espaços onde a violência ocorre chamam a atenção por se constituírem em locais privilegiados para o desenvolvimento de práticas educativas e de formação.

Objetivos
Investigar a ocorrência de violência entre professores universitários

Identificar disturbios mentais em professores universitários vítimas de violência no local de trabalho

Metodologia
Estudo descritivo e exploratório, tendo como sujeitos professores de uma universidade pública federal. Foram produzidos dados primários, por meio de questionário eletrônico autoaplicável, gerenciado pela ferramenta da web 2.0 - Google Docs. Foram investigadas diversas modalidades de violência. Fez-se uso do Self Reporting Questionnaire - SRQ-20 para investigação de transtornos mentais comuns. Realizou-se uma análise quanti-qualitativa, com a apresentação de proporções para cada tipo de violência sofrida, prevalência de transtornos mentais e análise de relatos espontâneos.

Resultados
Dos 314 professores que participaram do estudo 37,9% referiram preocupação com a violência na universidade. Foi encontrada uma proporção de 8 % que referiram violência física, enquanto outros 43,9% disseram ter sofrido ameaça ou agressão verbal e 15,9% assédio sexual. Assédio moral foi confirmado por 4,14% dos professores. Alguns professores além de relatar suas experiências sobre a violência vivenciada, também se queixaram da impunidade por parte da instituição. Alguns referiram sintomas e características de sofrimento físico e mental decorrentes das situações de desrespeito, abuso e agressividade que vivenciaram, observando-se uma proporção de 29,9% com distúrbios psíquicos menores.

Conclusões/Considerações
Alguns relatos mostram que a violência na universidade é naturalizada e recorrente, na medida em que alguns agressores já são conhecidos por atitudes que ferem a dignidade humana, sem haja nenhuma tentativa de coibir tais práticas. Apesar de se constituir em espaço de defesa da democracia e de pluralidade de ideias, não são raros, na universidade, conflitos decorrentes das diferenças de pensamento ou percepções sobre o mundo.