Sessão Assíncrona


SA7.1 - SAÚDE DO TRABALHADOR (TODOS OS DIAS)

38285 - ARTICULAÇÃO DE TRABALHOS DOMÉSTICO E REMUNERADO DE MÃES DE CRIANÇAS COM SCZV
GABRIELA SOUZA DE OLIVEIRA SAMPAIO - UFBA, JORGE ALBERTO BERNSTEIN IRIART - UFBA, MÔNICA ANGELIM GOMES DE LIMA - UFBA


Apresentação/Introdução
O cuidado de crianças ganhou novos contornos com a SCZV. Esta redefiniu a dinâmica familiar, convocando as mães das crianças que abdicarem de trabalhos remunerados. Essa afirmação é corroborada a partir de estudos que observam a não paridade de participação no mercado de trabalho entre pais de crianças com deficiência. Como essas mães articulam trabalhos remunerados e domésticos?


Objetivos
Compreender a experiência feminina por meio da descrição das ações cotidianas de mães de crianças com a SCZV e identificar os arranjos laborais e as condições de trabalho doméstico e remunerado a que estão submetidas.


Metodologia
Pesquisa de base fenomenológica com aporte de produções científicas de autoras feministas europeias e latino-americanas que estudam o cuidado. 10 interlocutoras que cumpriram critérios específicos de participação foram alcançadas, sendo entrevistadas em profundidade a partir de um roteiro pré-estruturado, focado nas descrições das ações cotidianas. As entrevistas foram realizadas por meio de uma plataforma virtual gratuita tendo em vista a ocorrência da pandemia do novo coronavírus.



Resultados
As experiências de articulação trabalho remunerado e cuidado são regidas sobre o binômio tensão/tranquilidade; variam conforme a qualidade da rede social de apoio para o cuidado paga ou gratuita, das tecnologias envolvidas e da participação ou omissão do Estado com o cuidado, por meio de políticas de proteção social, como o BPC e de educação, sendo capazes de diluir ou cronificar a simbiose mãe-criança.Verifica-se a fusão das esferas da produção e da reprodução social e a inclusão/permanência se dá a partir de arranjos informais e precários.


Conclusões/Considerações
A experiência de inclusão e permanência no trabalho é construída não somente pela síndrome e sim por uma série de condições e características sociais que operam juntas a divisão sociossexual do trabalho.Se faz necessário produções científicas que situem como diferentes experiências de inclusão e exclusão de cuidadoras brancas de crianças com SCZV do trabalho remunerado são produzidas a partir de diferentes classes sociais.