24/11/2022 - 08:30 - 10:00 CC7.6 - PROMOÇÃO DA SAÚDE NO TRABALHO |
41006 - VENEZUELANOS COM ENSINO SUPERIOR E O MERCADO PROFISSIONAL NO RIO DE JANEIRO: RELAÇÕES ENTRE SAÚDE E TRABALHO GABRIEL DE ALMEIDA BELMONTE - IMSHC-UERJ
Apresentação/Introdução A pesquisa é base da dissertação de mestrado em saúde coletiva, cuja produção de dados foi realizada de forma virtual, devido ao cenário pandêmico de 2021. A origem do estudo se deve ao histórico investigativo e de atuação com migrantes e refugiados desde a graduação do pesquisador, buscando entender os desdobramentos da (des)reterritorialização de venezuelanos no Brasil.
Objetivos Buscou-se investigar os impactos psicossociais da reinserção profissional de migrantes venezuelanos com ensino superior, as relações de trabalho em atividades laborais não qualificadas e os determinantes sociais da saúde de tal grupo populacional.
Metodologia Utilizou-se a metodologia qualitativa, baseada em entrevistas de roteiro semiestruturado, conforme especificações apreciadas pelo Comitê de Ética IMSHC-UERJ. Entre junho e julho de 2021, foram realizadas 8 entrevistas virtuais, entre 45 e 90min, com migrantes venezuelanos, de 20 a 60 anos, sem distinção de gênero, com ensino superior e residentes da cidade do Rio de Janeiro. A divulgação da chamada ocorreu em grupos públicos de redes sociais. Os relatos foram transcritos na íntegra e analisados a partir da categorização dos discursos. O referencial teórico de análise se deu pelas discussões de determinantes sociais da saúde, sofrimento social, vulnerabilidade e direitos humanos.
Resultados Se por um lado há facilitação de universidades e sociedade civil no reconhecimento educacional, por outro existem as questões da migração forçada, as exigências institucionais, os status migratórios e os documentos de comprovação da graduação. Somam-se isso a precarização brasileira do trabalho e o entendimento do migrante como bode expiatório e usurpador de serviços públicos e oportunidades. Em resultado, a vulnerabilidade facilita os processos de exploração, pelas necessidades de sobrevivência, emprego, moradia e alimentação e ausência de informação e serviços de proteção social, impactando diretamente na qualidade de vida, bem estar social e saúde de migrantes e suas famílias no país.
Conclusões/Considerações Uma recepção acolhedora beneficia o local e os migrantes, a partir do reconhecimento e aproveitamento das formações, cujos impactos políticos, econômicos e, sobretudo, psicossociais auxiliam na adaptação territorial e possibilitam autonomia, estatuto social e construção de novas trajetórias de vida, pautadas na liberdade como sujeitos de direitos, evitando sofrimentos, relacionados à vulnerabilidade, violências, discriminações e explorações.
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