Comunicação Coordenada

24/11/2022 - 08:30 - 10:00
CC7.6 - PROMOÇÃO DA SAÚDE NO TRABALHO

38286 - INCLUSÃO E EXCLUSÃO DO TRABALHO REMUNERADO DE MÃES NEGRAS E BRANCAS DE CRIANÇAS COM SCZV
GABRIELA SOUZA DE OLIVEIRA SAMPAIO - UFBA, JORGE A. B. IRIART - UFBA, MÔNICA ANGELIM GOMES DE LIMA - UFBA


Apresentação/Introdução
Epidemia do Zika agudizou a divisão sociossexual do trabalho ao trazer a SCZV, com consequências mais severas para mulheres, principalmente as negras. Políticas estatais voltadas para o cuidado por meio da inclusão e de distribuição de renda voltadas para famílias de pessoas negras e pobres com deficiência se constituem como ineficientes, limitando o acesso de seus familiares a um trabalho formal.



Objetivos
Buscou-se compreender as experiências de inclusão e exclusão da esfera produtiva entre mulheres negras e brancas, cuidadoras de crianças com SCZV.



Metodologia
Trata-se de uma pesquisa fenomenológica em Saúde Coletiva, que priorizou o recorte de “raça/cor/etnia”, “classe” e “gênero”, buscando compreender as experiências de inclusão e exclusão da esfera produtiva entre quinze mulheres cuidadoras de crianças com SCZV, participantes de uma ONG, eleitas a partir de alguns critérios. Elas foram entrevistadas em profundidade por meio de um roteiro pré-definido.


Resultados
Presença da confluência das esferas da produção e reprodução entre mulheres negras, evidenciadas a partir da sobrecarga de cuidados e escassez na rede de apoio e se incluem a partir da informalidade. Coesão da rede social de apoio (paga/gratuita), inclusão formal anterior vistas entre as brancas, evidenciando a porosidade entre os limites casa-trabalho, expostas ao trabalho a tempo parcial e a dupla jornada. Ambas estão sujeitas à precarização no trabalho, que apresenta agravantes variáveis conforme a resultante da interseção dessas opressões.


Conclusões/Considerações
Políticas estatais voltadas para o cuidado por meio da inclusão e de distribuição de renda voltadas para famílias de pessoas negras e pobres com deficiência se constituem como ineficientes e limitam o acesso ao trabalho formal. São necessários mais estudos com mulheres brancas pobres e negras com altas rendas, com a finalidade de observar as nuances existentes no mesmo gênero para compreender como são produzidas a precarização no trabalho.