23/11/2022 - 13:10 - 14:40 CC7.5 - GESTÃO E REGULAÇÃO DO TRABALHO EM SAÚDE |
42192 - ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE E TRABALHO EM EQUIPE DURANTE A PANDEMIA DE COVID-19 EM SÃO PAULO (SP): ALTERAÇÕES PROFUNDAS NO MODELO DE ATENÇÃO OFERTADO FERNANDA DE JESUS LIGEIRO BRAGA - UNICAMP, TATIANA DE VASCONCELLOS ANÉAS - UNICAMP, THIAGO LORETO DE OLIVEIRA - UNICAMP, DÁRIO NUNES DOS SANTOS - UNICAMP, MARCOS NUNES DE LIMA - UNICAMP, MÔNICA MARTINS DE OLIVEIRA VIANA - UNICAMP, NATALIA TORRES DE ALMEIDA MENEZES - UNICAMP, FERNANDA CALDAS CASTILHO RAMOS - UNICAMP
Apresentação/Introdução As discussões sobre o trabalho em equipe ganharam destaque no Brasil durante os debates sobre modelos de atenção à saúde, organização do sistema de saúde e alteração da formação profissional para educação interprofissional. A pandemia de COVID-19 impactou os processos de trabalho e trouxe novos desafios para a gestão do trabalho na Atenção Primária à Saúde (APS).
Objetivos A partir de uma pesquisa multicêntrica “Estratégias de abordagem dos aspectos subjetivos e sociais na Atenção Primária no contexto da pandemia”, buscou-se analisar como a pandemia provocou mudanças no trabalho das equipes de APS de São Paulo (SP).
Metodologia Foi realizada pesquisa qualitativa inspirada na modalidade de “pesquisa apoio”, em territórios vulneráveis do município de São Paulo (CAAE 40699120.2.3001.0086). Foram entrevistados em profundidade 15 trabalhadores de UBS, NASF e Consultório na Rua que estivessem há pelo menos um ano trabalhando nos territórios acessados. As entrevistas foram transcritas integralmente e, em seguida, produzidas narrativas de cada uma delas. Depois, foram confeccionadas grades individuais, sendo elencados núcleos argumentativos que respondessem ao presente objetivo e se relacionassem com "trabalho em equipe", "processo de trabalho" e "dispositivos/espaços coletivos".
Resultados A pandemia gerou um lugar de “não saber” nos trabalhadores, medo de contágio, sobrecarga de trabalho, pressão para produção de dados epidemiológicos e mudanças de gestão. As agendas foram suspensas e as visitas domiciliares realizadas apenas pelo ACS sem acessar o interior da casa. Os grupos, as reuniões de equipe e de matriciamento foram interrompidos. Soma-se o elevado atendimento de sintomáticos respiratórios aos procedimentos específicos de prevenção e monitoramento da COVID-19. O teleatendimento foi amplamente utilizado. Houve mudança na territorialização das micro equipes, afetando sobretudo os ACS. As equipes de NASF foram desmembradas e a atuação pautada em atendimento individuais.
Conclusões/Considerações As medidas de prevenção dae COVID-19 promoveram um distanciamento não apenas físico, mas no vínculo afetivo dentro das equipes, entre equipes e na relação equipe-comunidade. A ausência de espaços coletivos intensificou processos individualizados e pouco articulados. Ainda assim, o apoio mútuo entre os trabalhadores foi considerado um fator de sobrevivência em meio a reterritorialização, desestruturação das equipes de NASF e trocas de gestão.
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