Comunicação Coordenada

22/11/2022 - 13:10 - 14:40
CC7.3 - SAÚDE MENTAL E TRABALHO

43881 - TRANSTORNOS MENTAIS RELACIONADOS AO TRABALHO EM UMA POPULAÇÃO MASCULINA DURANTE 2010-2021
GIOVANNA CARVALHO CORRÊA - SÃO LEOPOLDO MANDIC ARARAS, LISIE TOCCI JUSTO - SÃO LEOPOLDO MANDIC ARARAS, IAGO GRAVINEZ GUIRRO - SÃO LEOPOLDO MANDIC ARARAS


Apresentação/Introdução
Ao transformar a natureza com seu trabalho, o homem transformou também sua maneira de ser, adoecer e morrer. Nas últimas décadas do século XX, profundas transformações ocorreram nos ambientes e nas condições de trabalho levando ao adoecimento físico e mental. Dentre esses adoecimentos estão os transtornos mentais relacionados ao trabalho (TMRT).

Objetivos
Desta forma, o objetivo deste estudo foi descrever o perfil dos casos notificados no SINAN com TMRT em homens.

Metodologia
Trata-se de um estudo transversal, quantitativo e exploratório com banco de dados secundários do SINAN, nos períodos de 2010 a 2021, no Estado de São Paulo. Foram considerados casos todo homem, com idade maior ou igual a 18 anos, em sofrimento emocional em suas diversas formas de manifestação que podem indicar o desenvolvimento ou agravo de transtornos mentais (CID – 10 F00 a F99; Y90 e Y91; Z73.0 R40 a R46; Z55 a Z65; Y96; e, X60 a X84), os quais tem como elementos causais fatores de risco relacionados ao trabalho, sejam resultantes da sua organização e gestão ou por exposição a determinados agentes tóxicos. Para a análise estatística descritiva utilizou-se o software SPSS versão 22.

Resultados
Foram notificados 5483 tendo mediana de idade de 40 anos, raça branca (39,7%), ensino médio completo (32%). A ocupação de maior prevalência foi motorista de ônibus urbano (9,5%), em regime CLT (64,4%) e empregador não terceirizado (73,4%). A maioria não fazia uso de álcool (51,1%), drogas (47,8%), psicofármacos (32,8%) e não fuma (51,8%). O estado de estresse pós-traumático foi notificado em 18,7% dos casos, com predomínio do tratamento ambulatorial (81%) tendo como conduta geral o afastamento da situação de desgaste mental (45,5%) e afastamento do local de trabalho (54,8%). Foram encaminhados ao CAPS (56,7%) e evoluíram para incapacidade temporária do trabalho (60,1%).

Conclusões/Considerações
Conclui-se que apesar dos hábitos de vida não se manifestarem deletérios a saúde, em sua maioria, nota-se a prevalência de tratamento ambulatorial e afastamento do local de trabalho com presença de incapacidade temporária do trabalho causadas pela organização ou condições de trabalho. Portanto, ações de saúde pública e coletiva devem ser promovidas nesta área, salientando que a base de dados estudada pode subestimar os agravos à saúde.