22/11/2022 - 13:10 - 14:40 CC7.3 - SAÚDE MENTAL E TRABALHO |
43062 - FATORES ASSOCIADOS À PERMANÊNCIA NO EMPREGO APÓS REABILITAÇÃO PROFISSIONAL MOTIVADA POR DOENÇAS OSTEOMUSCULARES RELACIONADAS AO TRABALHO CRISTIANO BARRETO DE MIRANDA - USP, JOÃO SILVESTRE SILVA-JUNIOR - USP, KLAUSS KLEYDMANN SABINO GARCIA - UNB, FLÁVIA FERREIRA E NOGUEIRA DE SOUSA - UNB, FRIDA MARINA FISCHER - USP
Apresentação/Introdução Os distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho são uma das principais causas de incapacidade laborativa e gera altos encargos pessoais e socioeconômicos. Evidências indicam que trabalhadores incapacitados que participaram de programas de reabilitação profissional obtiveram maior probabilidade para o retorno e permanência no trabalho.
Objetivos Analisar os fatores sociodemográficos e ocupacionais associados ao tempo de permanência no trabalho entre os trabalhadores com incapacidade por LER/Dort reabilitados pela previdência social brasileira.
Metodologia Estudo longitudinal com 680 trabalhadores reabilitados com incapacidade por LER/Dort que retornaram ao mercado formal de trabalho no Brasil entre 2014 e 2018. Foi realizado um linkage entre as bases de dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) e da Comunicação de Acidentes de Trabalho (CAT). Curvas de sobrevivência de Kaplan-Meier foram construídas. A análise de sobrevida, a partir do modelo de riscos proporcionais de Cox, foi realizada para identificar os fatores sociodemográficos e ocupacionais que influenciaram no desligamento do emprego. Para avaliar a premissa do modelo final quanto à proporcionalidade do risco foi realizado o teste de Schoenfeld.
Resultados Sete em cada dez trabalhadores reabilitados com incapacidade laboral por LER/Dort permaneceram no emprego entre 2014 e 2018. O tempo médio de permanência no emprego foi de 56 meses. Reabilitados que trabalham em empresas de grande porte (Hazard Ratio - HR 0,60; Intervalo de Confiança – IC95% 0,38 – 0,92) e no grupo ocupacional de profissionais das ciências e das artes (HR: 0,12; IC95% 0,02 – 0,50) permaneceram mais tempo no trabalho. Trabalhadores das regiões Sudeste (HR: 2,78; IC95% 1,12 – 6,91) e Sul (HR: 2,68; IC95% 1,04 – 6,90), e aqueles inseridos em ramo de atividade econômica de transporte, armazenagem e correio (HR: 2,57; IC95% 1,07 – 6,17) contribuíram para menor tempo empregado.
Conclusões/Considerações A legislação brasileira garante vagas destinadas ao trabalhador reabilitado favorecendo a manutenção inicial no emprego, mas, estes trabalhadores têm uma probabilidade de 50% de serem demitidos em aproximadamente 5 anos. Espera-se que este estudo possa contribuir para a elaboração de medidas de reabilitação profissional que superem a abordagem de atuação tardia, com mudança das condições danosas do trabalho.
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