Comunicação Coordenada

22/11/2022 - 08:30 - 10:00
CC7.2 - TRABALHO EM SAÚDE

39863 - BULLYING NO TRABALHO E SINTOMAS DEPRESSIVOS EM TRABALHADORES DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE NO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO
BRUNA BALLAROTTI - UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO E UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO, ANDRÉA TENÓRIO CORREIA DA SILVA - UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO E FACULDADE SANTA MARCELINA


Apresentação/Introdução
Introdução
Bullying no trabalho é um fenômeno de violência laboral prevalente e apresenta repercussões importantes tanto para os indivíduos, quanto para as instituições. Raros são os estudos que investigaram bullying no trabalho na Atenção Primária à Saúde (APS) em países de baixa e média renda e seus efeitos na saúde mental.

Objetivos
Objetivos
Estimar a prevalência de bullying no trabalho e investigar a associação entre exposição ao bullying e sintomas depressivos em trabalhadores das equipes da Estratégia Saúde da Família (ESF), no município de São Paulo.

Metodologia
Método
Amostra representativa foi composta por 2.940 trabalhadores da ESF (médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e agentes comunitários de saúde), com 93% de taxa de resposta. Para avaliar a exposição ao bullying foram utilizadas perguntas do questionário Atitudes Negativas no Trabalho (NAQ-R) e para sintomas depressivos, foi utilizada a versão validada para o português do Brasil do questionário sobre a saúde do paciente (PHQ-9). Para análise das associações foi realizada a regressão logística multinomial e os desfechos analisados foram sintomas depressivos intermediários e depressão.

Resultados
Resultados
A prevalência de bullying no trabalho na APS foi de 13,7% (IC95% 12,4 – 15,0). A regressão logística multinomial mostrou que os participantes que reportaram bullying apresentaram risco de ter depressão cinco vezes maior do que aqueles que não reportaram bullying (OR ajustado=5,53; IC95% 1,59 – 1,87), ajustado por sexo, idade, cor da pele, escolaridade, profissão, estado marital e renda. Menor risco de depressão foi observado em homens, em médicos e naqueles participantes com renda mensal mais elevada.

Conclusões/Considerações
Conclusão
O bullying no trabalho é um fenômeno que aumenta o risco de depressão em trabalhadores da APS, o que pode gerar sérias consequências como redução da qualidade do cuidado e afastamento do trabalho. Desse modo, pode colocar em risco a sustentabilidade do sistema de saúde. A implantação de estratégias de prevenção é urgente.