22/11/2022 - 08:30 - 10:00 CC7.2 - TRABALHO EM SAÚDE |
39284 - AVALIAÇÃO DA SAÚDE DOS AGENTES DE COMBATE ÀS ENDEMIAS (ACE) DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO PRISCILA JERONIMO DA SILVA RODRIGUES VIDAL - CESTEH/ENSP/FIOCRUZ, ANA PAULA DAS NEVES SILVA - CESTEH/ENSP/FIOCRUZ, MARCUS VINÍCIUS CORRÊA DOS SANTOS - CESTEH/ENSP/FIOCRUZ, VICTOR OLIVA FIGUEIREDO - CESTEH/ENSP/FIOCRUZ, GABRIEL RODRIGUES DA SILVEIRA - ENSP/FIOCRUZ, MARIA BLANDINA MARQUES DOS SANTOS - CESTEH/ENSP/FIOCRUZ, LEANDRO VARGAS BARRETO DE CARVALHO - CESTEH/ENSP/FIOCRUZ, LUCIANA GOMES - CESTEH/ENSP/FIOCRUZ, LILIANE REIS TEIXEIRA - CESTEH/ENSP/FIOCRUZ, ARIANE LEITES LARENTIS - CESTEH/ENSP/FIOCRUZ
Apresentação/Introdução O combate de vetores é caracterizado pelo uso intensivo de agrotóxicos. Algumas substâncias já foram banidas em outros países, mas continuam sendo empregadas no Brasil e estão associadas a efeitos neurotóxicos e carcinogênicos. Os Agentes de Combate às Endemias (ACE), expostos há décadas, morrem e adoecem precocemente em razão dos efeitos agudos e crônicos relacionados a alguns desses agrotóxicos.
Objetivos Analisar a relação entre saúde e trabalho dos Agentes de Combate às Endemias do estado do Rio de Janeiro
Metodologia Estudo multicêntrico e transversal com a participação ativa dos trabalhadores. Trata-se de um processo metodológico coletivo utilizando fóruns de discussão e debates entre trabalhadores e pesquisadores. Foram analisados 139 questionários respondidos remotamente por ACE do estado do RJ, com adesão espontânea, no período de agosto a dezembro de 2020. O questionário foi composto por 107 questões incluindo o Self Reporting Questionnaire (SRQ-20) para suspeição de transtornos mentais comuns (TMC). Para as análises estatísticas foi utilizado o software estatístico SPSS e realizados testes de Qui-quadrado e Exato de Fischer.
Resultados Observamos que 69 % dos trabalhadores eram do sexo masculino. A idade média de 52 anos (DP 8,6); 61% trabalham manipulando/aplicando agrotóxicos; 47% mencionaram não ter equipamento de proteção individual disponível, inclusive na pandemia. Além disso, 78% referiram diagnóstico prévio de doenças, as mais frequentes foram: hipertensão (49%), diabetes (22%), problemas respiratórios (22%) e disfunções hepáticas e renais (17%). Em relação à saúde mental, 43% dos ACE apresentaram sintomas indicativos de TMC. A alteração do sono foi a principal queixa relatada entre os trabalhadores, sendo que as mulheres apresentaram menor qualidade e duração do sono e maior uso e frequência de psicotrópicos.
Conclusões/Considerações Os dados sinalizaram as nocividades dos agrotóxicos utilizados ao longo do tempo e alertam para os perigos da sua utilização. Os ACE vêm sendo expostos aguda e cronicamente durante décadas a esses agrotóxicos e são acometidos por agravos à saúde que podem estar associados a essa exposição. É preciso mudanças no processo de trabalho e no modelo de controle químico-dependente para preservar a saúde e integridade dos trabalhadores.
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