40659 - PREVALÊNCIA DE INFECÇÃO POR COVID-19 EM TRABALHADORES “INVISÍVEIS” DA SAÚDE DE MUNICÍPIOS DO INTERIOR DA BAHIA: ANÁLISE POR GRUPO OCUPACIONAL MANUELA MATOS MATURINO - UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA - UEFS / NÚCLEO REGIONAL DE SAÚDE LESTE - SESAB, CAMILA CARVALHO DE SOUSA - UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA - UEFS, TÂNIA MARIA DE ARAÚJO - UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA - UEFS
Apresentação/Introdução Trabalhadores de saúde mantiveram-se na linha de frente no combate e enfrentamento da pandemia. Apesar da elevada exposição ocupacional das categorias ocupacionais atuantes no setor saúde, uma parcela significativa desses, é invisibilizada, pouco reconhecida e desconsiderada em estudos que de agravos à saúde dos trabalhadores da saúde- são os chamados “trabalhadores invisíveis”.
Objetivos Avaliar a infecção por COVID-19, considerando a sua distribuição segundo os grupos ocupacionais dos chamados trabalhadores “invisíveis” atuantes nos serviços de atenção primária e de media complexidade do SUS em três municípios da Bahia.
Metodologia Estudo transversal com amostra aleatória de 795 trabalhadores/as “invisíveis” da saúde, que incluem: trabalhadores de apoio, conservação e limpeza (condutores de ambulância, manutenção, cozinha, apoio operacional e limpeza), técnicos/auxiliares de enfermagem, saúde bucal, radiologia, laboratório e análises clínicas, Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e de Combate às Endemias (ACE), pessoal de gestão/vigilância (sanitaristas, fiscais, técnicos, gerentes, coordenadores), de três municípios baianos. Os dados foram coletados por questionário estruturado, incluindo caracterização sociodemográfica, do trabalho e dados de infecção por Covid-19. Foram realizadas análises descritiva e bivariada.
Resultados Aproximadamente um terço (32,9%) tiveram diagnóstico confirmado para COVID-19. A prevalência variou entre os grupos ocupacionais, maior ocorrência entre os técnicos (35,9%), seguidos por trabalhadores dos serviços de apoio/conservação e limpeza (34,5%), trabalhadores da gestão/vigilância em saúde (31,9%) e ACS/ACE (25,2%). A infecção por COVID-19 predominou em mulheres (33,2%), com até 40 anos (37,1%), que não possuíam companheiro(a) (34,9%), nível superior de escolaridade (35,3%), menor tempo de atuação no cargo (35,3%), vínculo empregatício temporário (40,3%), jornada de trabalho superior a 40h semanais (39,6%) e com diagnóstico de Diabetes Mellitus (35,7%) e obesidade (40,1%).
Conclusões/Considerações A natureza do trabalho em saúde revela a elevada exposição aos riscos ocupacionais independentemente da categoria profissional. Verifica-se elevada exposição dos trabalhadores invisíveis da saúde à infecção pela COVID-19 apesar de não estarem diretamente ligados à assistência. Ressalta-se a necessidade em considerar o perfil laboral e os riscos ocupacionais, a fim de planejar e implementar medidas que promovam ambientes laborais mais saudáveis.
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