SA6.3 - MIGRANTES, NUTRIÇÃO E SAÚDE GLOBAL (TODOS OS DIAS)
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44021 - MIGRAÇÃO SUL-SUL, SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA DE MULHERES VENEZUELANAS INDÍGENAS E AÇÕES INSTITUCIONAIS EM SÃO LUÍS, MARANHÃO RUTH HELENA DE SOUZA BRITTO FERREIRA DE CARVALHO - UFMA, CESAR AUGUSTO FERREIRA DE CARVALHO - UFMA, ZENI CARVALHO LAMY - UFMA
Apresentação/Introdução Segundo o Ministério da Justiça e Segurança Pública, nos últimos 5 anos foram registradas a entrada de mais de 700 mil venezuelanos no Brasil. A maior parte dessa população encontra-se localizada nos Estados de Boa Vista e Amazonas. O Maranhão, sobretudo, São Luís, vem recebendo migrantes da etnia Warao desde de 2016, mas é em 2019, que o estado encara essa situação como um problema social.
Objetivos Objetivos: analisar a atuação de instâncias governamentais, no âmbito da saúde e da assistência social, frente ao deslocamento e permanência de migrantes Warao.
Metodologia Metodologia Pesquisa realizada, em contexto da pandemia de Covid-19. Foram realizadas 16 entrevistas online junto a profissionais de saúde (7) e gestores públicos (9), no período de setembro de 2020 até março de 2021. A proposta era compreender, na perspectiva desses agentes, como as instâncias governamentais lidaram com a chegada e permanência dos migrantes, quais políticas foram constituídas e implementadas; como ocorreu a execução dessas políticas na prática dos profissionais, nos seus cotidianos; quais as dificuldades e resultados foram alcançados.
Resultados Resultados O poder público enfrentou várias dificuldades com relação à comunicação, pois muitos migrantes não falavam espanhol. Além disso, formas de organização de vida, valores, crenças dos migrantes com relação às noções de corpo, saúde e doença apresentavam diferenças com relação ao padrão da sociedade receptora. A comunicação era difícil, assim como a compreensão de formas de vida que não correspondiam às noções de trabalho, alimentação, saúde, higiene, doenças, cuidados das crianças, entre outras, dos profissionais de saúde que, de modo pontual, os atendiam. Tentativas de conversão aos padrões regulares, recriminações, comportamentos etnocêntricos marcaram este encontro.
Conclusões/Considerações Conclusões Com a pandemia, o acesso dos migrantes à saúde tornou-se ainda precário. As dificuldades de comunicação, a repressão à “coleta”, vista como mendicância, a ausência de políticas voltadas à saúde e educação por parte do Estado geram exclusão material e simbólica. Questões relativas ao direito à saúde, etnocentrismo e migração precisam ser discutidos no âmbito – local e regional - da assistência e da gestão em saúde.
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