Sessão Assíncrona


SA6.3 - MIGRANTES, NUTRIÇÃO E SAÚDE GLOBAL (TODOS OS DIAS)

43875 - PERFIL DE SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA DE MULHERES BRASILEIRAS E MIGRANTES VENEZUELANAS
YAMMÊ RAMOS PORTELLA SANTOS - FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ, THAIZA DUTRA GOMES DE CARVALHO - FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ, MARIA DO CARMO LEAL - FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ, PAULA ANDREA MORELLI FONSECA - FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ, RITA SUELY BACURI DE QUEIROZ - FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ


Apresentação/Introdução
A crise humanitária na Venezuela gerou um grande movimento migratório para o Brasil. Essa grande entrada de pessoas ocorre na região norte, onde há a fronteira com o país vizinho. As cidades de Manaus e Boa Vista recebem grande parte dos migrantes, muitas mulheres estão entre os recém chegados. As necessidades dos que chegam são muitas e a saúde sexual e reprodutiva fica para um segundo momento.

Objetivos
Conhecer o perfil de saúde sexual e reprodutiva das mulheres migrantes venezuelanas e comparar com o das mulheres brasileiras.

Metodologia
As pesquisas “ReGHID - Necessidades e desafios relativos à saúde sexual e reprodutiva de mulheres migrantes” (2021) e “PNS - Pesquisa Nacional de Saúde” (2019) foram utilizadas; ambas possuem delineamento amostral complexo que tornam seus resultados representativos da população de estudo - brasileiras e migrantes moradoras de Manaus e Boa Vista, respectivamente. Um total de 2.012 migrantes venezuelanas e 1.085 brasileiras com idade entre 15 e 49 anos compõem o estudo. As variáveis utilizadas foram as que caracterizam o comportamento sexual e reprodutivo dessas mulheres e que eram iguais nos dois questionários. Foram calculadas frequências relativas. O software utilizado foi o R, versão 4.1.0.

Resultados
85,7% das brasileiras e 75,2% das venezuelanas tiveram atividade sexual nos últimos 12 meses. Dessas, as que utilizam sempre e nunca camisinha eram, respectivamente: 39,8% e 38,3% (brasileiras) e 23,2% e 62,8% (migrantes). Um total de 61,1% das brasileiras utilizavam algum método contraceptivo, enquanto entre as venezuelanas esse percentual é de 47,2%. Entre os métodos mais utilizados estão camisinha, pílula anticoncepcional, contraceptivos injetáveis e ligadura de trompas. 82,1% das brasileiras fizeram preventivo nos últimos 3 anos e 68,6% das venezuelanas, desse percentual, 40,3% fizeram no Brasil. 63,4% das brasileiras e 75,3% das venezuelanas já engravidaram alguma vez na vida.

Conclusões/Considerações
A saúde sexual e reprodutiva de mulheres migrantes é um tema pouco explorado e que requer atenção. As mulheres, ao saírem de seus países de origem em busca de necessidades básicas não atendidas como fome, trabalho e renda, muitas vezes deixam a saúde em segundo plano. Faz-se necessário conhecer o perfil das migrantes venezuelanas para identificar os pontos onde os serviços locais devem se adequar a essa nova parcela da população.