Sessão Assíncrona


SA6.3 - MIGRANTES, NUTRIÇÃO E SAÚDE GLOBAL (TODOS OS DIAS)

43131 - TRANSMISSÃO INTERGERACIONAL DO PESO AO NASCER: COORTE DE NASCIMENTOS DE 1993, PELOTAS/RS
RICELI RODEGHIERO OLIVEIRA - UFPEL, THAYNÃ RAMOS FLORES - UFPEL, HELEN GONÇALVES - UFPEL, DENISE PETRUCCI GIGANTE - UFPEL


Apresentação/Introdução
O peso ao nascer (PN) dos pais é considerado um preditor do PN da prole, com maior influência materna. Essa diferença na transmissão intergeracional do PN está relacionada a fatores antropométricos maternos, como IMC pré-gestacional e ganho de peso na gestação, mas também pelas influências intrauterinas sobre o PN, decorrentes do comportamento e nível socioeconômico.

Objetivos
Avaliar a associação do peso ao nascer de pais e filhos, segundo características dos pais, em duas gerações pertencentes à Coorte de Nascimentos de 1993, Pelotas/RS.

Metodologia
Estudo longitudinal com dados de uma coorte de nascimentos que acompanhou todos nascidos vivos da cidade de Pelotas, no ano de 1993. No estudo perinatal, 5.249 mães foram entrevistadas. Em 2015, quando os membros da coorte estavam com idade média de 22 anos, foram coletadas informações sobre o PN dos filhos dos participantes (segunda geração). O desfecho foi avaliado pela média de PN em gramas dos filhos. As variáveis incluídas foram: sexo, cor da pele, idade no parto, paridade da primeira geração, e também a escolaridade materna e renda familiar coletada no estudo perinatal. Foi realizada regressão linear múltipla para avaliar a associação entre o desfecho e as demais variáveis.

Resultados
Dos 3.810 participantes avaliados, 1.212 informaram que tinham filhos. A amostra para esse estudo foi composta por 859 pares de pais e filhos, sendo que 79,3% das participantes eram mães. A média de PN dos pais foi de 3090,8 gramas (Desvio-Padrão (DP) 523,4) e dos filhos foi de 3165,6 gramas (DP 619,2). Para cada aumento de 100 gramas do PN dos pais, o PN do filho aumentou 20 gramas (p<0.001). A associação positiva do PN do filho com o PN dos pais manteve-se na análise ajustada, mas não foram observadas associações estatisticamente significativas do PN do filho com as demais variáveis.

Conclusões/Considerações
Esses resultados sugerem que houve um aumento na média de PN de uma geração para a seguinte. Embora não tenham sido encontradas variáveis confundidoras nessa associação, esses resultados indicam a necessidade de novos estudos, testando principalmente para possíveis mediadores da associação do PN ao nascer de pais e filhos.