SA6.3 - MIGRANTES, NUTRIÇÃO E SAÚDE GLOBAL (TODOS OS DIAS)
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42482 - EVIDÊNCIAS EMPÍRICAS PARA UMA ABORDAGEM POPULACIONAL DA OBESIDADE EM ADOLESCENTES BRASILEIROS: O ESTUDO ERICA MARIA APARECIDA COSTA DA SILVA - UFRJ, ANTONIO JOSÉ LEAL COSTA - UFRJ, JACKELINE CHRISTIANE PINTO LOBATO - UFF
Apresentação/Introdução As mudanças nos hábitos de vida e na alimentação nas últimas décadas contribuíram para o crescente número de pessoas obesas no mundo. A medicina e a saúde pública priorizam a abordagem de alto risco como forma de prevenção. Mas sendo a obesidade influenciada pelas condições do meio em que se vive, a associação da estratégia populacional seria de grande auxílio ao seu combate.
Objetivos Investigar a associação entre a média dos z-scores do Índice de Massa Corporal (IMC) e a prevalência de obesidade em adolescentes de 12 a 17 anos.
Metodologia Estudo ecológico analítico de múltiplos grupos a partir de dados individuais do Estudo de Riscos Cardiovasculares em Adolescentes (ERICA), em que foram gerados indicadores agregados por capitais dos estados brasileiros, a saber, o z-score médio de IMC e a prevalência de obesidade (IMC>+2,0 escore z), e seus respectivos desvios padrão (dp) e intervalos de 95% de confiança (IC95%). Foram realizadas análises de correlação linear (Pearson - r) e regressão linear simples, estratificadas por sexo (masculino e feminino), faixa de idade (12 a 14 anos e 15 a 17 anos), cor da pele (branca e negra) e tipo de escola (pública ou privada).
Resultados A média do escore z do IMC da população total de adolescentes foi de 0,19 e a prevalência de obesidade de 7,7%. O coeficiente de correlação foi 0,80 e o de regressão 9,82. Os resultados indicam que para uma redução de 0,1 na média do escore z do IMC da amostra de adolescentes deve ocorrer uma redução esperada de aproximadamente 1% na prevalência de obesidade. Correlações mais fortes foram encontradas para o sexo masculino, cor da pele negra, escola pública e idade de 12 a 14 anos.
Conclusões/Considerações O presente estudo apresenta evidências empíricas para a abordagem populacional na prevenção da obesidade na adolescência, baseada na associação observada entre o escore z médio do IMC e a prevalência de obesidade. Adolescentes do sexo masculino, dos 12 aos 14 anos, negros e alunos de escolas públicas constituem estratos populacionais que podem ser mais beneficiados por estratégias populacionais de prevenção da obesidade.
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