Sessão Assíncrona


SA6.3 - MIGRANTES, NUTRIÇÃO E SAÚDE GLOBAL (TODOS OS DIAS)

41016 - RELAÇÃO ENTRE VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER E ESTADO NUTRICIONAL DE CRIANÇAS DE SEIS A TRINTA MESES – DUQUE DE CAXIAS, RIO DE JANEIRO
NATÁLIA GOMES PIMENTA - DEPARTAMENTO DE EPIDEMIOLOGIA. INSTITUTO DE MEDICINA SOCIAL HESIO CORDEIRO. UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, EMANUELE SOUZA MARQUES - DEPARTAMENTO DE EPIDEMIOLOGIA. INSTITUTO DE MEDICINA SOCIAL HESIO CORDEIRO. UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, ROSANA SALLES-COSTA - INSTITUTO DE NUTRIÇÃO JOSUÉ DE CASTRO. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO.


Apresentação/Introdução
O 5º objetivo da “Agenda 2030” refere-se a igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres, tendo a violência contra a mulher (VCA) como uma das principais violações para o atendimento deste objetivo. A VCA perpetrada pelo parceiro íntimo acarreta em consequências negativas na mulher, bem como em seus filhos – aqui destacamos a possível influência desta violência no estado nutricional infantil.

Objetivos
Investigar a associação entre a violência entre parceiros íntimos e os indicadores antropométricos de crianças de seis a trinta meses.

Metodologia
Trata-se de um estudo transversal, de base populacional, realizado em Duque de Caxias - RJ (abril a dezembro/2010). A VCA pelo parceiro íntimo foi mensurada por meio do instrumento Revised Conflict Tatics Scale (CTS2). O estado nutricional das crianças foi avaliado pelos indicadores peso para idade, peso para estatura (P/E) e estatura para idade em escore z. A associação entre a VCA e o estado nutricional infantil foram analisadas através de regressão logística bruta e ajustada (idade, raça/cor, escolaridade da mulher, estado civil, estrato socioeconômico e apoio social), e seus resultados expressos por meio de razão de chances ajustadas e seus respectivos intervalos de confiança (IC 95%).

Resultados
A média de idade das mulheres era de 31,7 anos (DP: 9,4), a maioria das mulheres tinha o ensino fundamental completo (46,9%), se autodeclarou pardas (46,1%) e vivia com o companheiro (87,3%). A prevalência de violência psicológica e física contra a mulher foi 69,3% e 26,9%, respectivamente. Observou-se uma prevalência de 25,2% de peso elevado para idade, 19,5% de baixa estatura para a idade e 58,0% de peso elevado para estatura nas crianças avaliadas. A violência psicológica contra a mulher não se associou com o estado nutricional infantil inadequado. A violência física contra a mulher se associou com o excesso de peso infantil avaliado apenas pelo indicador P/E (OR: 1.40, IC95%: 1.01-1.93).

Conclusões/Considerações
A violência física contra a mulher se associou com o excesso de peso infantil, mostrando que este tipo de violência também tem consequências em outros membros da família. Tais achados podem subsidiar a elaboração de políticas públicas voltadas para identificação e prevenção da VCA, colaborando com a meta de fim deste tipo de violência, bem como de assegurar uma vida saudável e bem-estar em todas as idades (Objetivo 3: Agenda 2030).