SA6.3 - MIGRANTES, NUTRIÇÃO E SAÚDE GLOBAL (TODOS OS DIAS)
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40736 - SAÚDE MENTAL NA ARGENTINA E NO BRASIL: PERSPECTIVAS DE GESTORES E GESTORAS SOBRE MUDANÇAS NAS POLÍTICAS NO PERÍODO DE 2010 A 2020 LUCÍA BELÉN PÉREZ - UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, AMANDA PINHEIRO - UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, FRANCISCA ELIZABETH CRISTINA ARAUJO BEZERRA - UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, ANAILDA FONTENELE VASCONCELOS - UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, CARMEM EMMANUELY LEITAO ARAÚJO - UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
Apresentação/Introdução A implementação de reformas psiquiátricas apresentou progressos significativos em países da América Latina. No entanto, além da persistência de impasses, há diferentes experiências e percursos transcorridos nas reformas, criando panoramas diferentes na atualidade de cada um dos países da região, que conseguiram maiores avanços ou enfrentaram diferentes obstáculos na sua implementação.
Objetivos Identificar os significados que gestores e gestoras da Rede de Saúde Mental de Rio Negro (Argentina) e do Ceará (Brasil) tem em relação às mudanças nas políticas públicas na área nos últimos dez anos, fatores envolvidos e suas implicações na atenção.
Metodologia Trata-se de um estudo de natureza qualitativa, adotando uma abordagem histórico-comparativa. Foi realizada uma combinação de análise documental e abordagem dialógica a partir de entrevistas semiestruturadas. Foram realizadas trinta e cinco entrevistas com atores relevantes da construção das políticas públicas e gestores e gestoras de serviços públicos de saúde: hospitais gerais, hospital psiquiátrico e Centros de Atención Primaria a la Salud (CAPS) com componentes de saúde mental e Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) de quatro municipios do estado de Ceará (Canindé, Fortaleza, Quixadá e Iguatu), no Brasil, e três cidades da provicnia argentina de Río Negro (Viedma, El Bolsón e Bariloche).
Resultados Dentre as percepções dos participantes destacam-se pontos de entraves. Na Argentina a falta de coordenação federativa obstaculiza uma implementação homogênea criando variação entre as províncias, fato que não acontece no Brasil. Porém, compartilham a ideia de que tanto a falta de investimento como a formação desatualizada dos profissionais estão entre os mais graves problemas.
Ao respeito do funcionamento das redes de saúde, apesar da criação de serviços específicos, o funcionamento não coordenado é uma dificuldade, ao igual que a cobertura sempre insuficiente da demanda.
Revela-se um panorama de resistência às mudanças e de retrocesso, no caso brasileiro; ambos fatos agravados pela pandemia.
Conclusões/Considerações Os dados evidenciam algumas mudanças em relação a melhorias nos serviços e na atenção em ambos os países: a implementação de serviços específicos como os CAPS no Brasil ou os serviços de saúde mental nos hospitais gerais na Argentina. Mas também revelam as dificuldades que os profissionais enfrentam nas tarefas de gestão dos serviços de saúde mental, em relação à formação profissional, investimento, coordenação intra rede e resistência à mudança.
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