Sessão Assíncrona


SA6.3 - MIGRANTES, NUTRIÇÃO E SAÚDE GLOBAL (TODOS OS DIAS)

40625 - INCIDÊNCIA DE COVID-19 EM MIGRANTES VENEZUELANAS NO ESTADO DE RORAIMA
JULIANA DE OLIVEIRA ARAUJO SALVADOR - UERJ, THAIZA DUTRA GOMES DE CARVALHO - FIOCRUZ, YAMEÊ RAMOS PORTELLA SANTOS - FIOCRUZ, ANETE TRAJMAN - UFRJ, MARIA DO CARMO LEAL - FIOCRUZ, EDUARDO FAERSTEIN - UERJ


Apresentação/Introdução
O número de migrantes forçados vem aumentando drasticamente ao longo dos anos e até 2021, a Venezuela era o segundo país com maior saída de pessoas em busca de refúgio. A pandemia de COVID-19 trouxe novos desafios às populações deslocadas, consideradas vulneráveis devido principalmente à superlotação dos abrigos e falta de insumos para higiene e proteção.

Objetivos
Descrever a incidência de COVID-19 em mulheres venezuelanas residentes em Roraima.



Metodologia
Foi realizado um inquérito transversal por meio do método Respondent-Driven Sampling (RDS), os dados foram coletados por meio de sucessivos ciclos de recrutamento. Os critérios de inclusão foram: ter nacionalidade venezuelana, ter idade entre 15 e 49 anos, estar no Brasil há pelo menos três anos, assinar o termo de consentimento livre e esclarecido (a própria ou responsável para participantes adolescentes) e apresentar um convite válido para participar do estudo. As entrevistas foram guiadas por um formulário eletrônico e os dados registrados no aplicativo REDCap (sigla em inglês para Research Eletronic Data Capture). A análise dos resultados foi realizada de forma descritiva.

Resultados
A incidência de Covid-19 confirmada na população do estudo foi de 3,2%. A maior parte era da raça morena (57,5%), possuía entre 33 e 42 anos (47,5%), com escolaridade de nível médio (65%), eram casadas/união estável (67,5%), residentes temporárias no Brasil (57,5%) e estavam no país há pelo menos 3 anos (22,5%). Quanto aos aspectos da doença, 40% relataram que foram contactantes de casos confirmados, a maioria apresentou febre (70%), dor muscular (55%) e cefaleia (47%), 82,5 % foram atendidos em unidades de saúde, 20% necessitaram de hospitalização, swab nasal/oral foi o principal exame diagnóstico (52,5%) e 67,5% foram vacinados, principalmente com uma dose (78%).



Conclusões/Considerações
A baixa incidência sugere pouca testagem e dificuldade de acesso aos serviços de saúde, o que pode também ter ocasionado a baixa cobertura vacinal. Faz-se necessário criar estratégias e políticas específicas para busca ativa de migrantes sintomáticos respiratórios que garanta diagnóstico e tratamento em tempo oportuno além de medidas para aumentar a vacinação dessa população vulnerável à doença.