Sessão Assíncrona


SA6.1 - AGENDA 2030, APS E SAÚDE GLOBAL (TODOS OS DIAS)

43286 - CONSUMO MÉDIO E PREVALÊNCIA DE CONSUMO EXCESSIVO DE ÁLCOOL EM ADOLESCENTES DAS CAPITAIS BRASILEIRAS: EVIDÊNCIAS PARA A ESTRATÉGIA DE PREVENÇÃO POPULACIONAL
KELLY CRISTINA DA SILVA CUNHA DURVAL - ISC/UFF, ANTÔNIO JOSÉ LEAL COSTA - IESC/UFRJ, JACKELINE CHRISTIANE PINTO LOBATO - ISC/UFF


Apresentação/Introdução
O fortalecimento da prevenção e o tratamento do uso e abuso de álcool estão contemplados na “Agenda 2030”. Sendo a adolescência um período propício para intervenções precoces, estratégias de prevenção de hábitos que coloquem em risco a saúde são fundamentais. Geoffrey Rose sugere que as ações de prevenção em saúde pública devem focar em estratégias populacionais, concomitantemente às de alto risco.

Objetivos
Investigar a associação entre o consumo médio de bebidas alcoólicas e a prevalência de consumo excessivo por adolescentes de 12 a 17 anos nas capitais do Brasil.

Metodologia
Estudo ecológico a partir de dados individuais do Estudo de Riscos Cardiovasculares em Adolescentes (ERICA), em que foram gerados indicadores agregados por capitais dos estados brasileiros, a saber, consumo médio de bebida alcoólica e a prevalência de consumo excessivo de álcool ( acima do último decil da curva de distribuição da amostra - P90=63,585 gramas). Foram realizadas análises de correlação linear (Pearson) e regressão linear simples para investigar as relações entre o consumo médio de bebida alcoólica e a prevalência de uso abusivo de álcool. As análises foram estratificadas por sexo, cor da pele, tipo de escola e faixa de idade.

Resultados
A média de consumo de álcool foi 31,3g e a prevalência de consumo excessivo foi 9,5%. Adolescentes do sexo masculino (33,5g), brancos (36,6g), de escolas privadas (43,5g) e da faixa etária de 15 a 17 anos (46,0g) apresentam maiores médias de consumo de álcool e uma prevalência de consumo excessivo de álcool acima da média brasileira (variando de 10 a 14%). Foi observada uma forte correlação entre o consumo médio de álcool e a prevalência de consumo excessivo (r=0,97; p< 0,005). Estimou-se que a redução de 10g na média de consumo de álcool na população reduziria a prevalência do consumo excessivo de álcool em 26%, variando de 22% entre negros e 29% entre adolescentes de 15 a 17 anos.

Conclusões/Considerações
O presente estudo apresenta evidências empíricas para a abordagem populacional na prevenção do uso e abuso de álcool na adolescência. Sugere-se que estratégias de base populacional, direcionadas à promoção de hábitos saudáveis e por meio de ações restritivas do consumo de álcool entre adolescentes e na população geral seriam potencialmente efetivas para reduzir o abuso de álcool, em especial entre adolescentes mais velhos.