Sessão Assíncrona


SA6.1 - AGENDA 2030, APS E SAÚDE GLOBAL (TODOS OS DIAS)

41848 - DISTRIBUIÇÃO DA CÁRIE E PERDAS DENTÁRIAS EM ADULTOS NO BRASIL, CHILE E COLÔMBIA DE ACORDO COM QUINTIS DE RIQUEZA: ANÁLISE PRELIMINAR DE INQUÉRITOS NACIONAIS
FRANCINE DOS SANTOS COSTA - UFPEL, HELENA SILVEIRA SCHUCH - UQ, DANDARA HAAG - AU, ROGER KELLER CELESTE - UFRGS, MARCO AURÉLIO DE ANSELMO PERES - NUS, CAROL C. GUARNIZO-HERREñO - UNAL, ALUISIO J D BARROS - UFPEL


Apresentação/Introdução
A cárie e perdas dentárias são problemas de saúde pública mundial e estão distribuídos de forma desigual na população, com maior carga de doença acometendo grupos socioeconomicamente desfavorecidos. A magnitude da desigualdade dentro dos países vem sendo evidenciadas, porém, poucos estudos estenderam as comparações entre países com amostras representativas.

Objetivos
Estimar a magnitude das desigualdades socioeconômicas na ocorrência de cárie e perdas dentárias em adultos no Brasil, Colômbia e Chile, de acordo com quintis de riqueza.

Metodologia
Foram analisados os últimos inquéritos nacionais representativos conduzidos no Brasil (2010), Colômbia (2014) e Chile (2016-17), com adultos entre 35-44 e 65-74 anos. Os desfechos foram a severidade de cárie não tratada (3+ dentes cariados), ausência de dentição funcional (<21 dentes naturais) e edentulismo (ausência total de dentes). O estratificador em nível individual foi o índice de riqueza em quintis, com escore obtido por análise de componentes principais, utilizando, em média, oito variáveis, entre elas escolaridade e renda familiar. Estimou-se as desigualdades absolutas (slope index of inequality-SII) e relativas (concentration index-CIX) e intervalos de confiança de 95% (IC95%).

Resultados
O Brasil mostrou maior magnitude na desigualdade absoluta e relativa quanto à cárie não tratada em adultos jovens. A diferença absoluta entre os estratos de riqueza foi de 37 pontos percentuais (p.p.) (SII -0,37; IC95% -0,43; -0,31). Quanto à ausência de dentição funcional para o mesmo grupo etário, menor magnitude da desigualdade absoluta (SII -0,14; IC95% -0,22; -0,06) e relativa (CIX -0,01; IC95% -0,03; 0,02) foi observada na Colômbia. Quanto ao edentulismo em adultos entre 65 e 74 anos, observou-se uma diferença de 29p.p., 10p.p. e 7p.p. no Brasil, Chile e Colômbia, respectivamente, com maiores prevalências padronizadas observadas no menor quintil de riqueza.

Conclusões/Considerações
Observou-se variação na magnitude das desigualdades na ocorrência de cárie e perdas dentárias em adultos, de acordo com estratos de riqueza. Àqueles pertencentes ao grupo de menor riqueza exibiram maior prevalência de agravos. O Brasil foi o país com maior magnitude nas desigualdades para maioria dos desfechos. São necessários estudos que investiguem as razões das diferenças observadas, já que políticas públicas para sua redução são prioritárias.