Sessão Assíncrona


SA6.1 - AGENDA 2030, APS E SAÚDE GLOBAL (TODOS OS DIAS)

41844 - PRINCIPAIS CAUSAS DE MORTALIDADE EM MENORES DE 5 ANOS: CONTRIBUIÇÕES DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE PARA O ALCANCE DA AGENDA 2030 NO BRASIL
VALENTINA MARTUFI - CENTRO DE INTEGRAÇÃO DE DADOS E CONHECIMENTOS PARA SAÚDE (CIDACS), FIOCRUZ, SALVADOR, BAHIA (BA), BRASIL; INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA, UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA (UFBA), SALVADOR, BAHIA (BA), BRASIL., NAIÁ ORTELAN - CENTRO DE INTEGRAÇÃO DE DADOS E CONHECIMENTOS PARA SAÚDE (CIDACS), FIOCRUZ, SALVADOR, BAHIA (BA), BRASIL. , MARIA DEL PILAR FLORES-QUISPE - CENTRO DE INTEGRAÇÃO DE DADOS E CONHECIMENTOS PARA SAÚDE (CIDACS), FIOCRUZ, SALVADOR, BAHIA (BA), BRASIL. , EDUARDA FERREIRA DOS ANJOS - CENTRO DE INTEGRAÇÃO DE DADOS E CONHECIMENTOS PARA SAÚDE (CIDACS), FIOCRUZ, SALVADOR, BAHIA (BA), BRASIL. , LEANDRO ALVES DA LUZ - CENTRO DE INTEGRAÇÃO DE DADOS E CONHECIMENTOS PARA SAÚDE (CIDACS), FIOCRUZ, SALVADOR, BAHIA (BA), BRASIL. , ELZO PEREIRA PINTO JUNIOR - CENTRO DE INTEGRAÇÃO DE DADOS E CONHECIMENTOS PARA SAÚDE (CIDACS), FIOCRUZ, SALVADOR, BAHIA (BA), BRASIL.


Apresentação/Introdução
A Agenda 2030 traz os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que buscam promover uma vida digna para todas as pessoas e a preservação do meio ambiente. O terceiro ODS refere-se à saúde, visando a redução da mortalidade neonatal e em menores de 5 anos. A Atenção Primária à Saúde (APS) é fundamental nesse processo e entender as causas dessas mortes é essencial para este propósito.

Objetivos
Caracterizar as causas de mortalidade em crianças menores de cinco anos e discutir como a APS pode contribuir para o alcance da Agenda 2030 no Brasil.

Metodologia
Estudo descritivo das causas de mortes, segundo os capítulos da Classificação Internacional de Doenças (CID-10), em menores de cinco anos e nos seus subgrupos etários, incluindo um indicador de 1 a 59 meses. Foram incluídas no estudo crianças nascidas em 2010, cujas famílias eram beneficiárias do Programa Bolsa Família, registradas em serviços de APS avaliados no 1º ciclo do PMAQ-AB. Os dados deste estudo são provenientes da Coorte de Nascimentos e da Coorte de 100 Milhões de Brasileiros, construída por pesquisadores do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para a Saúde (CIDACS). Analisou-se a frequência das principais causas de morte e sua distribuição dentro de cada grupo etário.

Resultados
Das 144.394 crianças nascidas vivas em 2010, 1.451 morreram antes de completar cinco anos de idade. Do total de óbitos, 42% ocorreram no período neonatal e 58% de 1 a 59 meses. As principais causas de morte nos neonatos foram doenças originadas no período perinatal (74,5%) e anomalias congênitas (20,8%). No entanto, no grupo de 1 a 59 meses, causas sensíveis às intervenções da APS (doenças infecciosas, nutricionais e respiratórias) passaram a predominar, causando 33,73% das mortes, enquanto às relacionadas ao período perinatal e às anomalias congênitas foram, respectivamente, 9% e 18%. Neste grupo, as causas externas de mortalidade adquirem importância, representando 12% dos óbitos.

Conclusões/Considerações
As intervenções desenvolvidas no âmbito da APS podem evitar parcela importante dos óbitos nas crianças de 1 a 59 meses no Brasil, tendo em vista que suas principais causas de óbito são sensíveis à uma série de ações de atenção à saúde materno-infantil realizadas pelas equipes de Saúde da Família. O fortalecimento das ações desenvolvidas nesse nível de atenção do sistema de saúde é fundamental para o alcance do terceiro ODS da Agenda 2030.