22/11/2022 - 13:10 - 14:40 CC6.2 - DESIGUALDADES E ALIMENTAÇÃO |
43724 - DESIGUALDADES GLOBAIS NO PÓS-COVID-19: ESTIMATIVAS DO EFEITO ECONÔMICO DA EPIDEMIA SOBRE OS ODS RELACIONADOS À SAÚDE WANESSA DEBÔRTOLI MIRANDA - UFMG E FIOCRUZ MINAS, FABRÍCIO SILVEIRA - FIOCRUZ MINAS E UFMG, RÔMULO PAES DE SOUSA - FIOCRUZ MINAS
Apresentação/Introdução A pandemia da COVID-19 promoveu uma crise internacional – sanitária, econômica e humanitária - sem precedentes, o que tem levado a um crescente questionamento da capacidade dos países de cumprir seus compromissos na Agenda 2030. Não obstante, os efeitos diretos e indiretos sobre os indicadores dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) ainda são desconhecidos.
Objetivos O presente trabalho investiga o impacto da COVID-19 sobre os ODS relacionados à saúde globalmente. Em particular, o estudo faz uma primeira aproximação dos potenciais efeitos da crise econômica causada pela pandemia sobre os indicadores de saúde.
Metodologia O estudo reconstrói a trajetória de desenvolvimento de 40 indicadores dos ODS, perfazendo 7 grandes temas de saúde, a partir da associação estatística entre estes e o PIB per capita em 185 países. Modelos de regressão para dados em painel com efeitos fixos e controles de renda, região, gastos em saúde, entre outros, são utilizados na estimação de contrafactuais globais que são extrapolados a partir de projeções de crescimento econômico construídas pelo Fundo Monetário Internacional em 2020 (pré-COVID) e 2021 (incluindo o impacto estimado da pandemia na economia), permitindo a avaliação da perda esperada nos indicadores/temas de saúde por efeito da pandemia.
Resultados Os resultados indicam um bom ajuste dos modelos na explicação da variância global dos indicadores. O estudo constatou que, a despeito das diferenças nas trajetórias potenciais de países em diferentes níveis de desenvolvimento, as perdas econômicas – desproporcionalmente maiores nos países mais pobres – deverão levar a grandes disparidades globais no efeito da pandemia. Estas ficam ainda mais latentes quando avaliadas desde o ponto de vista dos países. A perda média esperada no conjunto de indicadores de saúde é da ordem de 5%, mas alguns países terão resultados até cinco vezes piores, enquanto outros, com espaço fiscal para investimentos, tiveram expectativas revisadas positivamente.
Conclusões/Considerações Os achados deste estudo evidenciam a importância da incorporação do enfrentamento das desigualdades em saúde nas agendas globais e de sua internalização pelas políticas nacionais, o que pode ser orientado pelos ODS. Ao oferecer uma visão multisetorial da saúde e seus determinantes, com um conjunto de metas e indicadores comparáveis, estes são hoje a principal ferramenta para a redução de desigualdades e promoção do desenvolvimento sustentável.
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