Comunicação Coordenada

21/11/2022 - 13:10 - 14:40
CC6.1 - TÓPICOS EM SAÚDE DA POPULAÇÃO

40998 - TENDÊNCIA TEMPORAL DE ATIVIDADE FÍSICA DE LAZER E SUAS DESIGUALDADES EM PELOTAS-RS ENTRE 2003 E 2021
INÁCIO CROCHEMORE-SILVA - UFPEL, ANDREA WENDT - UFPEL, ALAN G KNUTH - FURG, BRUNO PEREIRA NUNES - UFPEL, PEDRO C HALLAL - UFPEL


Apresentação/Introdução
Baixos níveis de atividade física (AF) são observados no Brasil. No lazer, grupos menos privilegiados social e economicamente apresentam menores prevalências de AF, reflexo do pouco acesso à locais propícios para prática, condições de vida e limitação de políticas públicas. Nesse sentido, avaliar a tendência da prevalência de AF e suas desigualdades é importante para subsidiar políticas públicas.

Objetivos
Avaliar a tendência temporal da prática de AF no lazer no município de Pelotas-RS, observando também mudanças nas desigualdades de sexo, escolaridade e nível econômico entre 2003 e 2021.

Metodologia
Trata-se de um estudo analisando três inquéritos de base populacional realizados em Pelotas-RS nos anos de 2003, 2010 e 2021. Processos de amostragem independentes foram realizados em cada inquérito considerando múltiplos estágios. O nível de AF foi coletado pelo Questionário Internacional de Atividade Física (seção de lazer), estimando o percentual de participantes que atingem 150 minutos por semana. Sexo escolaridade e o nível econômico estimado a partir de índice de bens do domicílio, foram as dimensões de desigualdades avaliadas. Regressões lineares com ajuste para variâncias foram utilizadas para avaliar a significância estatística da variação da AF na população geral e subgrupos.

Resultados
Em 2003, a prevalência de AF foi de 27% (IC95% 25-29), permanecendo estável até 2021 (25%, IC95% 22-27,). Homens apresentaram constantemente prevalência de AF 11 pontos percentuais (p.p.) maior que as mulheres. Em termos de escolaridade, uma tendência estatisticamente significativa foi observada apenas entre os grupos intermediários de 5 a 8, e 9 a 11 anos de estudos completos (redução anual média de 0,25 e 0,47 p.p. por ano). Com relação ao nível econômico, embora a diferença absoluta tenha permanecido constante entre os grupos extremos, redução significativa média de 0,33 p.p./ano foi observado entre os 20% mais pobres.

Conclusões/Considerações
Embora as evidências sobre os benefícios da AF estejam aumentando e se popularizando nos últimos 20 anos, não existe progresso no aumento prática em níveis populacionais em Pelotas-RS. Além disso, desigualdades na prática de AF em termos de sexo, escolaridade e nível econômico persistem no município, ressaltando a necessidade de políticas públicas na população geral e específicas aos grupos menos privilegiados social e economicamente.