Comunicação Coordenada

24/11/2022 - 08:30 - 10:00
CC5.20 - PANDEMIA DA COVID-19 E SAÚDE REPRODUTIVA

44056 - COORTE DE NASCIMENTOS IRACEMA-COVID: SAÚDE MATERNA E INFANTIL DURANTE A PANDÊMICA DE COVID-19
MÁRCIA MARIA TAVARES MACHADO - UFC, SIMONE FARIAS-ANTÚNEZ - UFSC, DAVID AUGUSTO BATISTA SÁ ARAÚJO - UFC, ANA LUIZA PENNA - HARVARD UNIVERSITY, FRANCISCO ARICLENE OLIVEIRA - UFC, CAMILA MACHADO DE AQUINO - UFC, ANTÔNIO SILVA LIMA NETO - UNIFOR, GEZIEL DOS SANTOS DE SOUSA - SECRETARIA DE SAÚDE DE FORTALEZA, MARCIA C. CASTRO - HARVARD UNIVERSITY


Apresentação/Introdução
Durante o período perinatal, o apoio social limitado, o isolamento físico e o medo da exposição ou infecção por COVID-19 afetam os cuidados de saúde, limitando o acesso e a utilização de serviços de saúde materno-infantil. Mulheres grávidas na pandemia, participam de uma pesquisa, denominada “Iracema Covid: coorte de mães e crianças nascidas durante a pandemia de COVID-19 em Fortaleza, Ceará”.

Objetivos
Avaliar a influência da pandemia de COVID-19 e do distanciamento físico na saúde mental materna, aleitamento materno, insegurança alimentar, desenvolvimento infantil e patentalidade em Fortaleza, Nordeste do Brasil.

Metodologia
Uma amostra de 352 mulheres foi selecionada para ser representativa de Fortaleza em nível de distrito. Na primeira onda (6m após o parto), entre janeiro e agosto de 2020, foram realizadas entrevistas telefônicas, em decorrência do distanciamento físico. Aos 12 e 18 meses, as mesmas mulheres foram entrevistadas no domicílio, utilizando questionário estruturado com variáveis relacionadas a saúde da mulher e da criança e aplicação de instrumentos sobre transtornos mentais comuns (TMC), insegurança alimentar, desenvolvimento infantil e parentalidade. Realizou-se uma análise descritiva dos dados coletados.

Resultados
Na 1ª onda (n=351), a média de idade materna foi de 28,4 anos e 71,5% referiu cor da pele parda. A participação formal no mercado de trabalho foi de 27,9% das mulheres e, dessas, 75,5% continuaram trabalhando após o inicio do distanciamento físico. Mais de 60% das mães e 75% das famílias tiveram sua renda reduzida pela pandemia. Cerca de 70% amamentavam seus filhos e destas 8,6% de forma exclusiva, enquanto 29,6% relataram nunca ter amamentado. Aos 12 meses (n=325), 59,1% das mães ainda amamentavam. A insegurança alimentar afetava 66,5% das famílias, destas 6,2% com insegurança severa. A prevalência de TMC diminuiu entre as ondas (32,5%; 25,9% e 20,5% aos 6, 12 e 18 meses respectivamente).

Conclusões/Considerações
Houve repercussão negativa do distanciamento físico na saúde mental das mães, reduzindo no decorrer do tempo; alta prevalência de aleitamento materno prolongado e prevalência reduzida de insegurança alimentar severa. Torna-se importante acompanhar e avaliar o perfil das mulheres que apresentam resultados que comprometem a saúde materna e da criança, subsidiando a gestão pública para a tomada de decisões nas populações mais vulneráveis.