24/11/2022 - 08:30 - 10:00 CC5.20 - PANDEMIA DA COVID-19 E SAÚDE REPRODUTIVA |
41041 - IMPACTOS DA PANDEMIA DE COVID-19 NO CICLO GRAVÍDICO-PUERPERAL DE MULHERES DA CAPITAL E DO INTERIOR DO BRASIL GLEICE DE OLIVEIRA CORDEIRO - UEFS, DALILA DE MATOS CARNEIRO - UEFS, THALITA NASCIMENTO GAZAR - SESAB, SÂMELLA DOS SANTOS VIEIRA DE MENEZES - UNIVASF, JACKELINE MARIA DE SOUZA - FTC
Apresentação/Introdução A Covid-19 impactou diferentemente as mulheres durante o ciclo gravídico-puerperal em função das iniquidades ao acesso à saúde, fatores como raça, classe social, vínculo de trabalho e até local de moradia interferiram na assistência ao pré-natal e ao parto. A atenção às mulheres foi significativamente precarizada no Brasil, que viveu uma tragédia quanto ao indicador morte materna por Covid-19.
Objetivos Identificar os impactos da pandemia para grávidas e puérperas, considerando os locais de moradia como marcador social da diferença entre aquelas residentes nas capitais e interior dos estados brasileiros.
Metodologia Trata-se de um recorte de um estudo descritivo-exploratório, multicêntrico, realizado por três universidades do Nordeste. Quanto ao delineamento utilizou-se de Survey com formulário online com 55 questões fechadas e 5 abertas, construídas com base na literatura sobre o impacto da pandemia, e analisadas quanto ao conteúdo e clareza dos itens por teste piloto com pesquisadoras (5), gestantes (5) e puérperas (5). Participaram 721 mulheres brasileiras com mais de 18 anos, recrutadas por Snowball Sampling divulgado por profissionais de saúde, jornais, blogs e sites universitários. Analisou-se os dados com SPSS® por estatística descritiva. Aprovado pelo sistema CEP/Conep parecer n.º 4.691.003.
Resultados Das 721 mulheres, 46,7%(337) residiam em capitais e 53,3% (384) no interior do Brasil. 23(7%) das mulheres das capitais informaram que foram demitidas durante a pandemia, e 17(4,4%) no interior. Sobre a modalidade de trabalho, 86(22,4%) das mulheres do interior trabalharam presencialmente, enquanto na capital 43(12,8%). Sobre o pré-natal, 36%(139) das mulheres do interior realizaram no SUS, já das capitais corresponderam a 23%(77). Dentre os impactos no pré-natal, destaca-se a dificuldade de deslocamento, citado por 54 mulheres das capitais e 35 do interior. Sobre o acompanhante durante o parto, 313(92%) das mulheres das capitais e 307(79%) do interior tiveram esse direito garantido.
Conclusões/Considerações Evidencia-se que existem algumas diferenças sobre as condições de vulnerabilidade econômica, de deslocamento e acesso à acompanhante ao parto a depender do local de moradia. Destaca-se a necessidade de maior atenção aos fatores que interferem no acesso à assistência ao nascimento que aumentam as chances de desfechos negativos para a mãe e o bebê; na pandemia alguns serviços de saúde foram fechados e transportes públicos reduzidos.
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