Comunicação Coordenada

24/11/2022 - 08:30 - 10:00
CC5.23 - NEGACIONISMO, DESINFORMAÇÃO E RESPOSTAS À COVID-19

40308 - PERFIL DO CONSUMO DA AZITROMICINA DURANTE PANDEMIA DO COVID-19 NA CIDADE DE JEQUIÉ-BA
LARISSA FELIX DOS SANTOS - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA (UESB), NARA JACQUELINE SOUZA DOS SANTOS - UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA (UFBA), MICAELLA DE CÁSSIA MEIRA OLIVEIRA - UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA (UFBA)


Apresentação/Introdução
A COVID-19 promoveu momentos de apreensões e incertezas, devido ao grande número de hospitalizações e óbitos relatados em toda a mídia. Durante este período, notou-se importantes mudanças no perfil de consumo de medicamentos em todo o país. A azitromicina apresentou destaque por ter sido bastante usada durante este período, com possibilidade de predispor a resistência antimicrobiana futuramente.

Objetivos
Caracterizar o perfil do consumo da azitromicina durante a pandemia da COVID-19 em Jequié, município no interior da Bahia.

Metodologia
Trata-se de um estudo transversal descritivo, elaborado a partir de dados secundários, extraídos da base de dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), referentes à cidade de Jequié. Foram incluídas as notificações das vendas da azitromicina industrializada no período de 2019, 2020 e 2021. As variáveis foram: conselho do prescritor, descrição da apresentação, forma farmacêutica, quantidade comercializada, faixa etária e sexo. Os dados foram analisados por meio de frequências absolutas, relativas, qui-quadrado e correlação através do software Statistical Package for the Social Science- SPSS versão 20, desvio padrão e média utilizando o programa Microsoft Office Excel ®2013.

Resultados
Avaliou-se 14.823 notificações de azitromicina comercializadas na cidade de Jequié. O comprimido revestido 500 mg prevaleceu todos os anos com 89,7% (5968) em 2020. A faixa de 18-59 anos dominou os três anos com 73,5% (4880) em 2020. A maior prevalência de prescrições médicas ocorreu em 2021 com 92,2% (6538), prescrições odontológicas aumentaram em 2020. O sexo feminino liderou todos os anos com 54,3% (3837) em 2021. A média mensal da quantidade de azitromicina foi 89,83 (DP= ±19,35), 665,3 (DP=±421,28) e 788 (DP=±263,03), em 2019, 2020 e 2021. Os picos de venda foram julho de 2019 com 11,5% (124), julho de 2020 com 23,4% (1533) e fevereiro de 2021 com 15,7% (1119) do total de vendas anuais.

Conclusões/Considerações
Através dos dados encontrados neste estudo, observou-se que houve um aumento considerável nas vendas de azitromicina industrializada no período da pandemia na cidade, em comparação com o ano de 2019. Essa mudança de perfil de consumo parece ter relação com o alto número de infectados pelo vírus, sobretudo com as notícias relacionadas com estudos enviesados metodologicamente, impactando diretamente no maior risco de resistência microbiana.