Comunicação Coordenada

24/11/2022 - 08:30 - 10:00
CC5.23 - NEGACIONISMO, DESINFORMAÇÃO E RESPOSTAS À COVID-19

39267 - COVID-19 E HESITAÇÃO VACINAL: INFLUÊNCIA DA ORGANIZAÇÃO DOS ENTES FEDERATIVOS NA PERCEPÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
CELITA ROSÁRIO - FIOCRUZ, MICHELLE FERNANDEZ - UNB, ESTER PAIVA - FIOCRUZ, MICHELE SOUZA - FIOCRUZ, PATRÍCIA DE LIMA LEMOS - UFR, GUSTAVO MATTA - FIOCRUZ, PRISCILA PETRA - PPGBIOS/UFRJ


Apresentação/Introdução
A Campanha de Vacinação da COVID-19 mobilizou a reorganização da Atenção Primária em Saúde no SUS, evidenciando a preocupação com a cobertura e a hesitação vacinal na população. Os trabalhadores de saúde são um grupo especialmente importante para a investigação dos fatores vinculados ao processo de vacinação e a confiança nas vacinas que podem estar relacionados à hesitação vacinal.

Objetivos
Apresentar a percepção e os sentidos atribuídos à hesitação vacinal entre os trabalhadores da saúde, considerando a coordenação e organização entre os entes federativos para a execução dos planos de vacinação.

Metodologia
O estudo realizou 48 entrevistas semi-estruturadas remotas e presenciais com trabalhadores da saúde de 3 municípios brasileiros (Brasília-DF, Rio de Janeiro-RJ e Rondonópolis-MT). Os trabalhadores foram recrutados através da APS e também por indicação (bola-de-neve). Os temas do roteiro incluíram a história do entrevistado sobre a vacinação contra COVID-19 e a hesitação vacinal, além da identificação de comportamentos, experiências, desafios e perspectivas da vacinação da COVID-19. Utilizamos análise de conteúdo, na modalidade de análise temática e o software Dedoose para a análise de dados.

Resultados
O estudo identificou através das narrativas dos trabalhadores que as divergências e ausência de ações coordenadas entre os entes federativos para a campanha de vacinação da COVID-19 e a fluidez dos parâmetros normativos para a atuação dos profissionais propiciaram a implementação de uma política de vacinação difusa nos municípios estudados. Além disso, o estudo evidenciou que o posicionamento político individual sobre as vacinas da COVID-19 e a grande circulação de desinformação recebida através das redes sociais atuaram de forma complementar para o aumento da hesitação vacinal.

Conclusões/Considerações
A percepção dos trabalhadores de saúde sobre o processo de vacinação da COVID-19 e suas implicações à hesitação vacinal contribuem para a discussão da política de vacinas no Brasil. Ademais, a hesitação vacinal não se trata de uma pauta estritamente sanitária pois as campanhas de vacinação geralmente são permeadas por interesses geopolíticos e econômicos que influenciam na coordenação de ações dos entes federativos da gestão do SUS.