Comunicação Coordenada

24/11/2022 - 08:30 - 10:00
CC5.22 - RESPOSTAS À PANDEMIA DE COVID-19: ATENÇÃO HOSPITALAR E APOIO MATRICIAL

38947 - O PAPEL PROTETOR DA REGULAÇÃO EMOCIONAL PARA A SAÚDE MENTAL DE ADOLESCENTES DURANTE A PANDEMIA DE COVID-19: COORTE DE PELOTAS DE 2004
JESSICA MAYUMI MARUYAMA - USP, LUCIANA TOVO-RODRIGUES - UFPEL, INÁ S. SANTOS - UFPEL, ALUÍSIO J. D. BARROS - UFPEL, JOSEPH MURRAY - UFPEL, ALICIA MATIJASEVICH - USP


Apresentação/Introdução
A regulação emocional é um componente central do funcionamento socioemocional e compreende os processos intrínsecos que permitem aos indivíduos monitorar, avaliar e modificar suas respostas emocionais. Níveis mais elevados de regulação emocional foram associados a mecanismos de resiliência e manutenção do bem-estar emocional diante das adversidades.

Objetivos
O objetivo desse estudo foi investigar se os níveis de regulação emocional pré-pandêmicos atuam como fator de proteção para o desenvolvimento de problemas de saúde mental em adolescentes durante a pandemia.

Metodologia
O estudo utilizou dados da Coorte de Nascimentos de Pelotas de 2004. Um total de 1558 adolescentes e responsáveis foram entrevistados pessoalmente antes e durante a pandemia (agosto a dezembro de 2021). A regulação emocional foi avaliada utilizando o Emotion Regulation Index for Chidren and Adolescents (ERICA). Os problemas de saúde mental foram avaliados utilizando o Strengths and Difficulties Questionnaire (SDQ). A saúde mental materna, conflitos familiares, impacto subjetivo da pandemia e maus-tratos foram investigados como potenciais preditores da regulação emocional durante a pandemia de Covid-19.

Resultados
Os níveis de regulação emocional dos adolescentes antes e durante a pandemia aumentaram em 1,88 pontos (95% CI 1,58-2,19), (t(1533) = 12.04, p < .001, Cohen's d = 0.288). Fatores associados a menores níveis de regulação emocional durante a pandemia incluem medo de faltar alimento (b = -0.81, p < 0.05), conflitos familiares (b = -3.08, p < 0.001), sexo feminino (b = -0.69, p < 0.05), maus-tratos (b = -0.16, p < 0.001), e sintomas depressivos maternos severos (b = -1.08, p < 0.05). Os adolescentes com maiores níveis de regulação emocional antes da pandemia apresentaram um risco menor de apresentar problemas de saúde mental durante a pandemia (OR = 0.94, 95% CI = 0.92-0.97, p < 0.001).

Conclusões/Considerações
Níveis mais altos de regulação emocional emergiram como um fator de proteção para o surgimento de problemas de saúde mental nos adolescentes durante a pandemia. Promover o desenvolvimento da regulação emocional adaptativa pode representar uma estratégia efetiva para apoiar os adolescentes em situações de adversidades.