23/11/2022 - 13:10 - 14:40 CC5.21 - REDES DE APOIO, PERCEPÇÕES E INOVAÇÕES EM TEMPOS DE COVID-19 |
41106 - O TRABALHO DO AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE EM TEMPOS DE COVID-19: SENTIDOS, SIGNIFICADOS E SENTIMENTOS PRODUZIDOS OLGA MARIA DE ALENCAR - UECE, RAFAEL BEZERRA DUARTE - UNIVIS, MIRNA NEYARA ALEXANDRE DE SÁ BARRETO MARINHO - UECE, MARIA ROCINEIDE FERREIRA DA SILVA - UECE
Apresentação/Introdução A pandemia da COVID19 alterou a organização dos sistemas de saúde no campo macropolítico e micropolítica. Os Agente Comunitário de Saúde ocupam posição singular neste contexto, pela aproximação nos territórios, atuando como mobilizadores sociais, relacionando com o mundo da comunidade e do serviço de saúde em movimentos de territorialidades (MACIAZEKI-GOMES et al, 2016; SILVA; PONTES, 2013).
Objetivos Cartografar os afetos e afecções produzidas pelas agentes comunitárias de saúde diante da ocorrência da pandemia COVID-19.
Metodologia Estudo qualitativo com referencial da cartografia, onde o caminho da pesquisa pressupõe uma indissocialidade entre os momentos de produção e análise, consistindo numa relação implicacional (PASSOS; BARROS, 2015). Produzido nos municípios de Aiuaba e Tauá, Ceará. Participaram 22 ACS, mulheres atuantes na zona urbana e rural, sendo 14 de Tauá e 8 de Aiuaba. Os dados são provenientes das oficinas, que ocorreram após a retomada do trabalho de campo de forma presencial. As oficinas são agenciamentos utilizadas no campo da saúde, com finalidades de troca de saberes e possibilidades de encontros produtivo. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual do Ceará.
Resultados O sentimento de perplexidade se apresenta de forma avassaladora, uma vez que as ACS não sabiam o que fazer: [...] no começo foi assim assustador todo mundo ficou assim sem saber o que fazer[...] (RODA MAR). O medo do contágio surge como preocupação. A pandemia surge como algo que desestabiliza o processo de trabalho e afasta as pessoas: Minha rotina de trabalho está acontecendo por mensagem via whatsapp e ligações [...] (Estrela). As pessoas começam a achar que tudo serve, por conta do desespero, [...] não valorizam as orientações de medidas protetivas: O pessoal da minha área está tomando Azitromicina e boldo. Eu digo vamos pelo menos usar máscara e ficar em casa[...] (Ana).
Conclusões/Considerações Os sentimentos de medo, angústia e solidão foram evidenciados como imobilizadores para o seguimento no trabalho, produzindo lacunas no processo de trabalho. A pandemia trouxe mudanças significativas no saber-fazer e na vida das ACS, levando-as a reinventar-se e produzir novas experiências, mais simples e solidárias. As narrativas apontam novas possibilidade de reinvenção da visita domiciliar, principal atividade destas profissionais.
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