23/11/2022 - 13:10 - 14:40 CC5.21 - REDES DE APOIO, PERCEPÇÕES E INOVAÇÕES EM TEMPOS DE COVID-19 |
40891 - PARENTALIDADE NA PANDEMIA: REDES SOCIAIS, REDES DE APOIO E PREOCUPAÇÕES NO CENÁRIO DA COVID-19 KAMILLA THAÍS VULCÃO DA SILVA - FSP/USP, ANGELA BELLONI CUENCA - FSP/USP, MARIANA DE GEA GERVÁSIO - FSP/USP
Apresentação/Introdução Consequência da Covid-19, o isolamento social impôs uma realidade imersa em redes sociais digitais. A internet aproximou famílias e grupos de redes de apoio e facilitou o debate sobre parentalidade - atividade para garantir a sobrevivência e o desenvolvimento do filho no núcleo familiar. Nessa perspectiva, destacamos o grupo "Preocupações (…)” da rede social BabyCenter, que conta com 423 usuários.
Objetivos Analisar as interações de um grupo na internet de gestantes, mães e tentantes sobre suas vivências parentais na pandemia da COVID-19. Observar como se deram as interações no grupo, compreender e analisar as comunicações e tendências geradas.
Metodologia Pesquisa de natureza qualitativa com uso de netnografia aplicada ao grupo “Preocupações sobre coronavírus (COVID-19)” da rede social BabyCenter durante 5 meses - 09/21 a 01/22. O grupo reúne 41 tópicos. Todos os dados e interações compartilhados na ferramenta são de acesso público.
Para análise foram selecionados 29 tópicos (276 interações), assim tematizados: 1) A doença COVID-19, subtemas: Dúvidas gerais, Relatos, Sintoma em bebês e Sintomas em adultos; 2) Rede de Apoio, subtemas: Rede virtual e Parentes; 3) Acompanhantes e 4) Serviços, subtemas: Suspensão e Não comparecimento. Aplicou-se técnicas de nuvem de palavras, análise do discurso e tabulação de informações sobre COVID-19.
Resultados Foi observada maior incidência de tópicos e interações de dúvidas, relatos e pedidos de conselhos. No Tema 1 destaca-se como reconhecer e tratar sintomas em gestantes, crianças e, principalmente, bebês, relatos de adoecimento e sequelas. No Tema 2, discussão sobre receber visitas. No Tema 3 há relatos de violação à lei do acompanhante no parto, e no Tema 4 expressões de receio de perda do acompanhamento pré-natal. Quanto à cultura do grupo, nota-se que as práticas de saúde no núcleo familiar recaíram sobre a mulher durante a pandemia, reforçando a relação de cuidados em saúde e gênero. Percebeu-se ainda traços da solidão materna e reforço do uso da rede social como rede de apoio virtual.
Conclusões/Considerações O grupo fortalece a identidade da “mãe abnegada ao cuidado do filho” em detrimento de si, a quem recai a responsabilidade com a saúde da família. Há indícios de que mães buscaram menos o diagnóstico de COVID-19 quando se tratava delas mesmas. Nos dois primeiros anos da pandemia suas preocupações se traduziram em medo quanto à manutenção da saúde e desenvolvimento dos filhos, principalmente do impacto na rotina, o adoecimento e sequelas da doença.
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