23/11/2022 - 13:10 - 14:40 CC5.19 - MOBILIZAÇÃO SOCIAL E SOLIDARIEDADE: RESPOSTAS NA PANDEMIA DE COVID-19 |
42215 - PANDEMIA DE COVID-19 NA FAVELA: EVENTO CRÍTICO E EXPERIÊNCIAS DE AFETO E CUIDADO FÁTIMA PIVETTA - ENSP/FIOCRUZ, TATIANA WARGAS DE FARIA BAPTISTA - IFF/FIOCRUZ, MARIZE CUNHA - ENSP/FIOCRUZ, ANA PAULA OLIVEIRA - ENSP/FIOCRUZ, PATRÍCIA OLIVEIRA - ENSP/FIOCRUZ, GLEIDE GUIMARÃES - ENSP/FIOCRUZ, FABIANA MELO SOUSA - ENSP/FIOCRUZ
Apresentação/Introdução A pandemia de Covid-19 atravessa a vida da humanidade desde 2020. Territórios e pessoas que já viviam condições de vulnerabilização e precarização da vida têm sido ainda mais impactados. Esse estudo reúne relatos e memórias de moradores da favela de Manguinhos/RJ sobre o momento pandêmico e as situações-limite que se sobrepõem neste território.
Objetivos Reconhecer, a partir de relatos de moradores da favela de Manguinhos/RJ, as situações-limite enfrentadas pela comunidade no período pandêmico, acionando a memória de outras situações-limite vividas e as estratégias de reexistências mobilizadas.
Metodologia Trabalha-se com a metodologia da Comunidade Ampliada de Pesquisa (CAP), que reúne pesquisadores, moradores, profissionais de saúde e educação na construção compartilhada de conhecimento sobre as situações-limite que atingem o território. A CAP é um espaço de mediação, fronteira e encontro de conhecimentos e experiências, incorporando os aprendizados com a população, sendo o morador o sujeito de interlocução com o território. Recorremos às entrevistas, rodas de conversa e resenhas com moradores e lideranças de coletivos do território, como ferramentas de pesquisa. As notícias divulgadas nas redes sociais locais servem como base de informação e de acompanhamento da vida no território.
Resultados “A favela é a situação-limite”. Seguir as orientações sanitárias, como isolamento, uso de máscara, higiene, vacinação não é trivial para uma população que não tem escolha. O trabalho é precário, a renda é escassa, o saneamento e as condições de habitação são problemas não resolvidos, a violência de Estado é contínua, os equipamentos de saúde e assistenciais são insuficientes. Imperam o medo da violência policial, de não se conseguir assistência, de se morrer de fome. Das afetações surgem afetos e cuidados. A comunidade e seus coletivos reagem, exigem a ação estatal e produzem ações de cooperação, na ressignificação de espaços, relações e modos de convívio.
Conclusões/Considerações As situações-limite vividas na favela concorrem com a pandemia. A comunidade encontra meios para superar mais esse evento crítico e afetados produzem estratégias de afeto e constituem suas redes cuidados. As memórias dos moradores acionam histórias que se repetem no território, em ciclos que geram reexistências visibilizando situações-limite e estratégias de luta. O registro dessa memória circula hoje em vídeos divulgados nas redes sociais.
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