23/11/2022 - 08:30 - 10:00 CC5.15 - IMPACTOS DA PANDEMIA E TRATAMENTO DE CÂNCER E DOENÇAS CRÔNICAS |
38690 - IMPACTO DA PANDEMIA DA COVID-19 NO DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DO CÂNCER NO BRASIL ANA BEATRIZ MACHADO DE ALMEIDA - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE LINFOMA E LEUCEMIA, ANA CAROLINA GOMES DOS SANTOS - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE LINFOMA E LEUCEMIA, NINA VICTORIA MENEZES DE MELO DE OLIVEIRA - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE LINFOMA E LEUCEMIA, FABIO AUGUSTO FEDOZZI - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE LINFOMA E LEUCEMIA, CATHERINE MOURA DA FONSECA PINTO - CATHERINE MOURA DA FONSECA PINTO CEO
Apresentação/Introdução A pandemia da Covid-19 demandou a reorganização dos serviços de saúde que não estavam preparados para atender, de forma coordenada, as ações de prevenção, controle e tratamento de uma nova doença infecciosa de tamanho impacto social. Com isso, ocorreram interrupções expressivas nos serviços destinados ao diagnóstico, tratamento e reabilitação de pacientes com outros agravos, incluindo câncer.
Objetivos Identificar o impacto da pandemia da Covid-19 na redução de procedimentos com finalidade diagnóstica e no tratamento de quimioterapia e radioterapia de pacientes diagnosticados com câncer no Brasil entre 2019 e 2021.
Metodologia Estudo descritivo baseado em arquivos do Sistema de Informações Ambulatoriais (SIA) do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Foram extraídos dados, entre 2019 e 2021, de procedimentos ambulatoriais com finalidade diagnóstica e de Autorizações para Procedimentos de Alta Complexidade (APAC) de quimioterapia e radioterapia de pacientes diagnosticados com câncer de pulmão, mama, colorretal, próstata e estômago no Brasil. Após extração dos arquivos, foi realizada análise descritiva para comparar o número de procedimentos realizados nos anos de 2020 e 2021 comparado com o ano de 2019. O processamento e análises dos dados foram realizados com o programa SPSS.
Resultados O diagnóstico de novos casos e o tratamento de pacientes com câncer sofreram alterações em 2020 e 2021 no Brasil. Houve redução de 26% em 2020 e 9% em 2021 no número de procedimentos diagnósticos. No tratamento dos pacientes diagnosticados, nota-se que a quimioterapia não sofreu impacto. Apesar disso, a radioterapia apresentou queda de 40% em 2020 e 42% em 2021. Pacientes com câncer já iniciavam seu tratamento no SUS em estadiamentos avançados antes da pandemia e esse cenário piorou nos últimos anos. O percentual de pacientes diagnosticados em estadiamentos III e IV passou de 71% em 2019 para 73% em 2021 para o tratamento de quimioterapia e de 57% em 2019 para 59% em 2021 para radioterapia.
Conclusões/Considerações As consequências do represamento dos novos casos de câncer, assim como pela piora do prognóstico dos pacientes são preocupantes tanto na morbimortalidade, quanto na sobrevida e nos custos para saúde que já evidenciam um aumento significativo nos gastos com oncologia a partir de 2022. Esse cenário com grandes desafios reforça, cada vez mais, a necessidade de viabilizar a continuidade do cuidado a todos os pacientes com câncer no nosso país.
|