23/11/2022 - 08:30 - 10:00 CC5.13 - SAÚDE MENTAL E TRABALHADORES: DEBATES SOBRE IMPACTOS DA COVID-19 |
39599 - BEM-ESTAR SUBJETIVO (BES) DE ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS EM TEMPOS DE PANDEMIA DO COVID-19 ALESSANDRO DE OLIVEIRA DOS SANTOS - USP, BRUNA LANZONI MUNOZ - USP
Apresentação/Introdução A pandemia do COVID-19 restringiu a mobilidade e interação social gerando efeitos na saúde mental das pessoas como aumento dos sintomas de ansiedade, estresse e depressão e redução do desempenho ocupacional. Nas universidades houve suspensão de atividades presenciais e adaptação às atividades remotas trazendo implicações para os sentimentos e comportamentos associados ao bem-estar dos estudantes.
Objetivos Analisar os índices de bem-estar de estudantes universitários no período inicial da pandemia do COVID-19 no Brasil, por meio da Escala de Bem-Estar Subjetivo (EBES) que permite mensurar os índices afetos positivos e negativos e satisfação com a vida.
Metodologia Trata-se de um estudo descritivo de caráter exploratório com aplicação do instrumento Escala de Bem-Estar Subjetivo (EBES) junto a estudantes da USP (campus da capital). O instrumento foi hospedado em plataforma de livre acesso na internet. A coleta de dados ocorreu entre junho e setembro de 2020. A amostra foi composta de 634 estudantes entre 18 e 62 anos de idade. Essa porção de estudantes é predominantemente branca, feminina, na faixa entre 18 e 24 anos e quase na sua totalidade cisgênero, sem deficiências e com uma renda familiar até seis salários mínimos. Os dados foram tratados e analisados com auxílio do programa SPSS. O estudo foi submetido e aprovado em Comitê de Ética de Pesquisa.
Resultados A amostra apresentou índice geral de BES baixo (M=2,26) com sobrelevação dos afetos negativos frente afetos positivos e satisfação com a vida. Houve variação nos índices de BES conforme a raça, sexo e renda. Negros apresentaram menor índice geral de BES na comparação com brancos, sendo a maior diferença encontrada na satisfação com a vida (p=0,003). Mulheres apresentaram menor índice geral de BES na comparação com homens, em especial nos índices afetos negativos (p=<0,001) e positivos (p=0,003). Além disso, o índice geral de BES decresceu à medida que a renda diminui, com diferenças significativas nos afetos negativos (p=0,012), afetos positivos (p=0,012) e satisfação com a vida (p=<0,001).
Conclusões/Considerações O estudo mostrou a distribuição desigual dos índices de bem-estar entre os estudantes universitários conforme a raça, o sexo e a renda, evidenciando a importância dos marcadores sociais da diferença para a formulação de políticas universitárias de promoção da saúde mental e assistência estudantil com vistas a minimizar sentimentos e comportamentos que conduzam ao adoecimento e fracasso acadêmico, intensificados em tempos de pandemia do COVID-19.
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