Comunicação Coordenada

22/11/2022 - 13:10 - 14:40
CC5.12 - COVID-19: ESTUDOS POPULACIONAIS SOBRE PERFIL DE PACIENTES E COBERTURA VACINAL

39471 - COVID-19 E HESITAÇÃO VACINAL: UMA ANÁLISE DA PERCEPÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE QUE ATUAM NA VACINAÇÃO
MICHELLE FERNANDEZ - UNB, ESTER PAIVA - ENSP/FIOCRUZ, CELITA ALMEIDA - ENSP/FIOCRUZ, FLÁVIA VIEIRA - UFPE, PRISCILA PETRA - PPGBIOS/UFRJ, CHARBELLY ESTRELLA - UERJ, JULIANA KABBAD - ENSP/FIOCRUZ, PATRÍCIA DE LIMA LEMOS - UFR, GABRIELA LOTTA - FGV, GUSTAVO MATTA - ENSP/FIOCRUZ


Apresentação/Introdução
Para além de uma pauta estritamente sanitária, a vacina torna-se um assunto permeado por interesses geopolíticos e econômicos. Historicamente, o discurso antivacina teve um impacto político mínimo no Brasil, pois o PNI foi desenvolvido com apoio de lideranças políticas democráticas. Mas, esse discurso vem ganhando em virtude da postura de desconfiança do presidente com as vacinas contra COVID-19.


Objetivos
O presente estudo tem como objetivo explorar e analisar as narrativas sobre as experiências dos profissionais que atuam nas UBS na vacinação contra COVID-19 com foco nas percepções sobre as causas da hesitação vacinal.


Metodologia
O estudo realizou 48 entrevistas semi-estruturadas remotas e presenciais com trabalhadores da saúde de 3 municípios brasileiros (Brasília-DF, Rio de Janeiro-RJ e Rondonópolis-MT). Os trabalhadores foram recrutados através da APS e também por indicação (bola-de-neve). Os temas do roteiro incluíram a história do entrevistado sobre a vacinação contra COVID-19 e a hesitação vacinal, além da identificação de comportamentos, experiências, desafios e perspectivas da vacinação da COVID-19. Utilizamos análise de conteúdo, na modalidade de análise temática e o software Dedoose para a análise de dados.


Resultados
Os resultados preliminares da pesquisa, a partir das entrevistas realizadas com profissionais de saúde atuando na vacinação contra a COVID-19, indicam que o alinhamento político individual tem gerado hesitação vacinal. Além disso, a desinformação por redes sociais, em especial pelo Whatsapp, foi identificada como uma grande motivação para a hesitação vacinal. O medo e a falta de clareza sobre os efeitos colaterais de curto e longo prazo também foram citados como motivo de hesitação. E, por fim, os profissionais de saúde indicaram que a adoção do passaporte vacinal foi uma boa estratégia de estímulo à vacinação.


Conclusões/Considerações
A percepção dos trabalhadores de saúde sobre o processo de vacinação da COVID-19 e suas implicações à hesitação vacinal contribuem para a discussão da política de vacinas no Brasil. Ademais, a hesitação vacinal não se trata de uma pauta estritamente sanitária pois as campanhas de vacinação geralmente são permeadas por interesses geopolíticos e econômicos que influenciam na coordenação de ações dos entes federativos da gestão do SUS.