22/11/2022 - 13:10 - 14:40 CC5.11 - SAÚDE MENTAL E SUAS REPERCUSSÕES NA PANDEMIA DA COVID-19 |
41982 - TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA E AS REPERCUSSÕES DA PANDEMIA DE COVID-19 NO CEARÁ KELLY ROSE TAVARES NEVES - UFC, JOSÉ EVALDO LEANDRO - UFC, NATHALIA DE OLIVEIRA PIRES - UECE, LUCAS DA SILVA MOREIRA - UECE, ISABELLA MARTINS CAMELO - UECE, GISLEI FROTA ARAGÃO - UECE E UFC
Apresentação/Introdução A pandemia de Covid-19 e as medidas de contenção da doença têm o potencial de afetar negativamente pessoas com transtorno do espectro do autismo - TEA, suas famílias, e cuidadores. Jovens com TEA são vulneráveis aos efeitos do isolamento prolongado e podem ter dificuldades para se adaptarem, pois, a inflexibilidade e a necessidade de rotinas serem características do indivíduo autista.
Objetivos o objetivo deste trabalho foi analisar o impacto da pandemia de COVID-19 e do distanciamento social para crianças e adolescentes com TEA no Ceará na perspectiva dos seus cuidadores.
Metodologia Estudo transversal, descritivo, realizado com pais/cuidadores de crianças e adolescentes com TEA no Ceará, utilizando um questionário remoto. A coleta dos dados ocorreu durante o período de outubro de 2020 a janeiro de 2021, e as informações são relacionadas ao período mais crítico da pandemia de COVID-19 no Ceará em 2020, correspondendo aos meses de março a junho. Foram coletados dados sobre caracteristicas sociodemográficas e econômicas da família, características clínicas dos filhos/filhas com TEA e sobre as situações enfrentadas na rotina antes e durante a pandemia. Foi realizada análises estatísticas de cunho descritivo.
Resultados As 122 crianças pesquisadas tinham entre 2 e 18 anos. 60,4% tinha problemas de linguagem, 23,1% tinha comorbidades e 49,9% usavam medicamentos para problemas de comportamento e/ ou sono. Após a pandemia, 87,7% teve que interromper os tratamentos com as intervenções multiprofissionais. 86,8% dos cuidadores relataram mais dificuldades em administrar o tempo livre das crianças. Problemas de comportamento tornaram-se mais intensos em 61,5% e mais frequentes em 59,8%. Dificuldades na administração das refeições foi apontada por 39,3% dos participantes, 97,1% afirmaram que as dificuldades com a gestão da autonomia foram maiores. 81,1% dos casos tiveram regressão do comportamento e piora dos sintomas.
Conclusões/Considerações Os resultados mostraram que a pandemia de Covid-19 e o distanciamento social provocaram mudanças no padrão de comportamento, alimentação e autocuidados das crianças com TEA. Este período foi bastante desafiador para seus cuidadores. É preciso que sejam desenvolvidas estratégias que atenuem o impacto negativo de novos períodos pandêmicos nessa população.
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