Comunicação Coordenada

22/11/2022 - 08:30 - 10:00
CC5.9 - VACINAÇÃO E VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DURANTE A PANDEMIA DE COVID-19

40792 - CARÊNCIA ASSISTENCIAL NO ENFRENTAMENTO À PANDEMIA DA COVID-19 NO BRASIL: PERFIL TEMPORAL E ESPACIAL DO INÍCIO DA VACINAÇÃO NOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE.
RAFAEL DA SILVEIRA MOREIRA - FIOCRUZ E UFPE, EMILLY GUARIS COSTA - UFPE, LUCAS FERNANDO RODRIGUES DOS SANTOS - FIOCRUZ PE, LUIZ HENRIQUE LÉLIS MIRANDA - UFPE, RAIANY RODRIGUES DE OLIVEIRA - UFPE, RICARDO FUSANO ROMÃO - UFPE, RODOLFO FERREIRA COZER - UFPE, SARAH CAVALCANTI GUEDES - UFPE


Apresentação/Introdução
Com a pandemia da COVID-19, o número de infectados cresceu exponencialmente no Brasil, que figurou entre os países com maior número de casos e óbitos. A vacinação nacional começou em 2021, baseada na definição de grupos prioritários, dentre eles os trabalhadores de saúde, ao considerar não apenas seu alto e sustentado nível de exposição clínica, como também sua relevância profissional e social.

Objetivos
Analisar o perfil temporal e espacial da vacinação contra COVID-19 nos profissionais de saúde no Brasil entre a 3ª e 21ª semana epidemiológica (SE) de 2021.

Metodologia
Estudo de corte transversal com análises espaciais e temporais. As unidades de análise foram as Regiões de Saúde (RS) do Brasil, com seus respectivos centróides. Foram calculadas as taxas de vacinação (TV) ajustadas para o grupo prioritário de profissionais de saúde, dose, vacina (CoronaVac ou AstraZeneca) e local de vacinação nas 19 SE iniciais de 2021 por varredura espaço-temporal para as RS. Utilizou-se um modelo de probabilidade de Poisson para detectar clusters de baixa TV na distribuição dos dados, com significância de 5%. Os dados espaciais gerados (SaTScan) foram formatados em mapas de Kernel. Os dados temporais foram convertidos em gráficos de clusters por SE.

Resultados
No período estudado, 11.965.603 doses dos imunizantes analisados haviam sido administrados aos profissionais de saúde, perfazendo 23,1% da cobertura vacinal no Brasil, com destaque para a região Sudeste (45,3%) e Nordeste (25,0%). Verificou-se que 10,04% dos esquemas com CoronaVac e 35,23% para AstraZeneca estavam incompletos para este grupo prioritário. A análise temporal evidenciou altas TV para ambos os imunizantes nas primeiras SE, sucedidas por clusters de baixas TV entre as doses, notadamente para AstraZeneca. A desassistência vacinal entre os trabalhadores de saúde foi predominante na faixa litorânea do Nordeste e no Sudeste do país, com destaque para Minas Gerais (p< 0,001).

Conclusões/Considerações
Os profissionais de saúde tiveram taxas intermediárias de carência vacinal nas cinco regiões do Brasil durante o período analisado. Destaca-se o processo de vulnerabilização desta população durante a pandemia. Possíveis fatores agravantes deste cenário foram: exposição sustentada ao vírus durante as atividades laborais; alta demanda por equipamentos de proteção individual e coletiva; plano nacional de vacinação inconsistente; e hesitação vacinal.