22/11/2022 - 13:10 - 14:40 CC5.8 - SEGURANÇA ALIMENTAR, PROTEÇÃO SOCIAL E TERRITÓRIOS: EFEITOS DA PANDEMIA DE COVID-19 |
42216 - NO TERRITÓRIO OU NA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE: PROCESSO DE TRABALHOS DOS ACS NA PANDEMIA DE COVID-19 PATRICIA SAMPAIO CHUEIRI - FICSAE- CURSO DE MEDICINA ; FSP/USP PÓS-DOUTORANDA, JULIANA GAGNO LIMA - DOCENTE DO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA (ISCO) DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DO PARÁ (UFOPA), SIMONE SCHENKMAN - FSP/USP PÓS-DOUTORANDA, ANA CHANCHARULO - SES - BAHIA, LILIANE NAKATA, ALINE FIORI, LIGIA GIOVANELLA - FIOCRUZ, AYLENE BOUSQUAT - FSP/USP
Apresentação/Introdução Introdução: As ações na pandemia no Brasil caracterizaram-se pela falta de coordenação federal e por atuações muito diversas das equipes de Atenção Primária à Saúde (APS). A estratégia saúde da família é o modelo hegemônico de APS no país, e tem como pilar o agente comunitário de saúde (ACS), um potencializador das ações de enfrentamento da pandemia.
Objetivos Os objetivos deste trabalho são (1) descrever o processo de trabalho do ACS durante a pandemia, (2) avaliar a associação dos diferentes tipos de atuação do ACS com: indicadores de saúde, variáveis do município e aspectos da assistência prestada.
Metodologia Metodologia: é um estudo transversal com amostragem probabilística das UBS brasileiras. A população de referência foi formada pelas UBS cadastradas no CNES em dezembro de 2020. Esta foi estratificada considerando-se as 5 regiões do país, totalizando 945 UBS como amostra final. A coleta de dados foi realizada entre julho e novembro de 2021. Os critérios de inclusão das UBS foram ter funcionado durante a pandemia e contar com profissionais de nível superior há mais de seis meses. O gerente ou outro profissional de saúde foram convidados a responder ao inquérito on-line. O trabalho do ACS foi analisado através de 5 dimensões: insumos, processo de trabalho, conectividade, vigilância e apoio social.
Resultados Resultados: 907 UBS participaram. As regiões SE e S destacam-se pela menor frequência de ACS.Em relação ao processo de trabalho, apenas 10 UBS estavam com o trabalho do ACS suspenso. Nas restantes, estes atuaram majoritariamente no território ou na UBS. Nas regiões Norte e Nordeste o trabalho foi mais territorial, diferente do que aconteceu nas demais regiões (p<0,0001). A atuação no território está estatisticamente associada a mais ações de vigilância, a melhores indicadores de saúde relacionados a COVID-19, a maior cobertura pela ESF, a municípios de menor IDH, menor PIB e rurais. Já os ACS que atuavam mais na UBS receberam mais EPI e fizeram mais recepção de sintomáticos respiratórios.
Conclusões/Considerações Conclusão:os resultados revelam a potencialidade do ACS em pandemias e reforçam a importância da dimensão comunitária da APS. A pesquisa expõe a heterogeneidade da atuação das equipes, marcadamente a forma de atuação no N e NE e nos demais, o que reflete a disputa de modelo de cuidado presente. Nos últimos anos, o ACS foi gradualmente desvalorizado,a pesquisa sinaliza que há necessidade de reforçar a atuação deste profissional no território.
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