Comunicação Coordenada

22/11/2022 - 08:30 - 10:00
CC5.6 - COVID-19, REPRESENTAÇÕES SOCIAIS, CUIDADOS E EDUCAÇÃO EM SAÚDE

44258 - ACESSO E CUIDADOS EM SAÚDE DA POPULAÇÃO LGBTQIA+ DURANTE A PANDEMIA DE COVID-19: PERSPECTIVAS DE USUÁRIES E PROFISSIONAIS DE SAÚDE DE UMA CLÍNICA DA FAMÍLIA
JULIANA FIGUEIRA FLOR - UFRJ, MARIANA PATROCINIO MELO DE SOUZA - UFRJ, RODRIGO DE ARAUJO MARQUES - UFRJ, DANIEL FARIA MONTEIRO - UFRJ, JACIANA CRISTINA ABRANCHES DA SILVA ROSSINI - FIOCRUZ, JULIANA THEBERGE DOS SANTOS DE OLIVEIRA - UFRJ, MARIA HELENA SOUZA NASCIMENTO - UFRJ, MARGARETH CRISTINA DE ALMEIDA GOMES - UFRJ, ADRIANA DE A. PINHO - UFRJ


Apresentação/Introdução
A literatura aponta que a pandemia de COVID-19 pode ter intensificado a desigualdade de acesso e busca por cuidados em saúde da população LGBTQIA+. A Atenção Primária à Saúde (APS), enquanto porta de entrada ao SUS, adquire um papel fundamental para garantia de acesso equitativo, integral e universal, baseado nas necessidades em saúde dos diversos segmentos populacionais.

Objetivos
Analisar o acesso à saúde de usuáries LGBTQIA+ residentes em um território do Município do Rio de Janeiro durante a pandemia de COVID-19 e a percepção de profissionais de saúde de uma Unidade Básica de Saúde acerca deste acesso e cuidado em saúde.

Metodologia
Estudo integrado de pesquisa-extensão, desenvolvido com método quanti-qualitativo. Foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com 21 profissionais de saúde de uma UBS situada na zona norte do MRJ, dentre Agentes Comunitários de Saúde (ACS), médicos/as, enfermeiros/as, dentistas, psicólogos e assistentes sociais. Um questionário autoaplicável online com questões fechadas e abertas foi disponibilizado para ser preenchido por pessoas LGBTQIA+ residentes no território adscrito da unidade de saúde, com 18 anos ou mais. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa e a coleta de dados ocorreu durante o período de julho de 2020 a julho de 2021, no contexto da pandemia de Covid-19.

Resultados
A maioria relatou procurar a UBS para procedimentos pontuais e/ou de emergência, e 46% apontaram dificuldades de cuidar da saúde durante a pandemia. Os/as profissionais de saúde mencionaram o preconceito e a falta de capacitação das equipes como barreiras de acesso, particularmente para pessoas transexuais, mas percebiam a UBS do estudo como inclusiva para este segmento pela presença de pessoas LGBTQIA+ compondo as equipes. Para a maioria dos ACS, a pandemia afetou igualmente este segmento, para outros profissionais este segmento pode ter sido impactado diferentemente, expondo as desigualdades e vulnerabilidades pré-existentes de alguns segmentos, como de mulheres trans e travestis.

Conclusões/Considerações
Observou-se um acesso não programado de usuáries LGBTQIA+ à APS, a falta de conhecimento de demandas e especificidades no cuidado e acesso à saúde, apesar do relato que a pandemia de COVID-19 pode ter acentuado desigualdades e barreiras de acesso pré-existentes, particularmente entre a população trans e travesti. Os resultados possibilitarão a proposição de ações extensionistas de educação permanente junto às equipes da ESF.