Comunicação Coordenada

21/11/2022 - 13:10 - 14:40
CC5.5 - REFLEXÕES SOBRE RAÇA, CLASSE E DESIGUALDADES DURANTE A PANDEMIA DA COVID-19

44368 - COVID-19 E POPULAÇÕES QUILOMBOLAS: UMA REFLEXÃO SOBRE RAÇA, CLASSE E TERRITÓRIO
JÚLIA BATISTA AFONSO - UFJF / ENSP (FIOCRUZ)


Apresentação/Introdução
A Pandemia da Covid-19 agrava dificuldades estruturais que já atingiam minorias étnicas, como as Comunidades Remanescentes de Quilombo, que expressam níveis precários de saúde, renda, moradia. Assim, analisa-se de forma interseccional, o Racismo Estrutural na sociedade e na constituição das classes sociais, e a concentração fundiária no campo como determinações sociais em saúde desta população no Brasil.


Objetivos
O presente estudo, trata-se de um exercício teórico-reflexivo, que objetiva discutir a situação em saúde das populações quilombolas frente a Covid-19, no período de março de 2020 a abril de 2021, o primeiro ano da chegada da Pandemia no Brasil

Metodologia
Realizou-se pesquisa teórico-reflexiva, de cunho exploratório, priorizando fontes de análise que descrevem o cotidiano de Comunidades Quilombolas no primeiro ano da Covid-19. Assim, foi eleito como fonte principal atendendo a proposta, o dossiê do Ministério Público Federal “Perícia em Antropologia no MPF: primeiras contribuições no combate à pandemia da covid-19 “, contendo 3 ensaios referentes a 25 quilombos, de 3 estados, executados por peritos a partir de métodos diversos. Foi consultado o banco de notícias da plataforma Quilombo sem Covid, organizada pela Coordenação Nacional de Articulação de Comunidades Negras Rurais Quilombolas e o Instituto Socioambiental, além de levantamento bibliográfico

Resultados
Os resultados apresentam-se em 4 eixos temáticos e interdependentes. O primeiro aborda a incidência de fatores de riscos prévios em quilombolas, desafios ao cumprimento de medidas de isolamento e dados sugerindo maior letalidade da Covid-19 na população negra. No segundo, o agravamento das condições de vida, sobretudo renda, trabalho, insegurança alimentar e conflitos pelo direito a terra. No terceiro, a má gestão estatal da crise com insuficiência de políticas públicas e ausência de um plano de imunização prioritária, expressando a Necropolítica vigente. Por último tem-se a resistência quilombola ao cenário, com ênfase na organização política e os Movimentos Sociais.

Conclusões/Considerações
O presente trabalho, se a debater a situação das Populações Quilombolas e a defesa dos direitos humanos em tempos de Pandemia, principalmente atrelado as políticas públicas de saúde no âmbito do SUS preconizado pela Reforma Sanitária. Vive-se um período de avanço Neoliberal, e austeridade fiscal sobre a justificativa de redução de gastos do Estado, o que recaí sobre as populações vulnerabilizadas, sendo um imperativo a defesa de tais políticas.