21/11/2022 - 13:10 - 14:40 CC5.5 - REFLEXÕES SOBRE RAÇA, CLASSE E DESIGUALDADES DURANTE A PANDEMIA DA COVID-19 |
38826 - O PAPEL DO AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE DURANTE A PANDEMIA DE COVID-19: ANÁLISE DOS PLANOS DE CONTINGÊNCIA DA REGIÃO NORDESTE DO BRASIL LUNA CASSEL TROTT - ENSP, HANNAH SHIVA LUDGERO FARIAS - ENSP, BÁRBARA MAGALHÃES VIOLA - ENSP
Apresentação/Introdução A deficiente resposta governamental brasileira à situação da Covid-19 demonstrou uma descoordenação entre as ações dos entes federativos. Na tentativa de criar estratégias próprias de mitigação, os sistemas de saúde municipais e estaduais se organizaram de forma independente, criando fluxos assistenciais próprios, mas aparentemente com pouco protagonismo da atuação do agente comunitário em saúde.
Objetivos Analisar os planos de contingência disponíveis nos estados signatários do consórcio do Nordeste observando a ênfase que foi dada para a atuação do Agente Comunitário de Saúde durante a pandemia da Covid-19
Metodologia Foi realizada uma análise crítica de vinte e quatro documentos oficiais, disponibilizados nos sites dos órgãos públicos da região nordeste durante o ano de 2020 para o enfrentamento da Covid-19. Foram analisados os planos estaduais e municipais, as notas técnicas de secretarias de saúde e outros documentos orientadores para trabalhadores da APS. Para análise dos dados utilizou-se a perspectiva das práticas discursivas, por considerar tais documentos públicos como gêneros de circulação de seu tempo e contexto social. Três categorias foram discutidas: Fluxo de Atendimento; Assistência na Atenção Primária à Saúde e Protagonismo dos Agentes Comunitários de Saúde.
Resultados Foram identificadas mudanças nos fluxos assistenciais de acordo com os níveis de resposta e fase da pandemia, evidenciando o rastreamento, identificação precoce dos casos e o isolamento social. Em relação a assistência na APS houve uma continuidade das atividades já desenvolvidas, com mudança nos fluxos de acolhimento e suspensão de atividades coletivas. No que tange ao protagonismo dos ACS, nota-se a ausência de direcionamentos específicos, estando entre as funções desenvolvidas por esses profissionais a de auxiliar nos planejamentos, organização da agenda, atendimento telefônico, acolhimento na unidade, reorientação dos fluxos, além de sua dimensão educativa.
Conclusões/Considerações Percebe-se pouca estruturação do papel da APS nos direcionamentos governamentais de enfrentamento à pandemia, consequentemente, a atuação dos ACS também foi limitada na maioria dos estados. Além de seu pequeno protagonismo enquanto potencial articuladora das medidas de mitigação e de vigilância, ignorar o potencial de capilaridade que a APS tem tradicionalmente no sistema de saúde brasileiro ainda evidencia um olhar hospitalocêntrico.
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