Comunicação Coordenada

22/11/2022 - 08:30 - 10:00
CC5.4 - DESIGUALDADE SOCIAL E MORTALIDADE POR COVID-19

43164 - PADRÃO ESPACIAL DA DESIGUALDADE SOCIAL NO ADOECER E MORRER DE COVID-19 EM SALVADOR-BA
LACITA MENEZES SKALINSKI - ISC/UFBA, MARCOS PEREIRA - ISC/UFBA, SAMILLY MIRANDA - ISC/UFBA, KIONNA BERNARDES - FAMED/UFBA, ELIENE DOS SANTOS DE JESUS - PREFEITURA DE SALVADOR, HUMBERTO LAGO LIVRAMENTO - ISC/UFBA, JURACY BERTOLDO - ISC/UFBA, ERIKA SANTOS DE ARAGÃO - ISC/UFBA, CHRISTINE STAUBER - GEORGIA UNIVERSITY, MARCIO NATIVIDADE - ISC/UFBA


Apresentação/Introdução
A distribuição espacial das doenças infecciosas é uma informação relevante para o entendimento da dinâmica de transmissão da doença em espaços urbanos, onde os fatores de risco contextuais se maximizam diante dos fatores individuais. No caso da Covid-19, a ciência dos locais onde ocorrem mais casos graves e óbitos evidencia a desigualdades de acesso aos serviços de atenção à saúde.

Objetivos
Analisar o padrão espacial da distribuição das taxas de hospitalização e mortalidade por Covid-19 em Salvador e sua relação com as condições de vida.

Metodologia
Estudo analítico de agregados espaciais das hospitalizações e óbitos por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) causada por Covid-19 em Salvador, de fevereiro/2020 a março/2021. As unidades temporais e espaciais foram as Semanas Epidemiológicas e os bairros de Salvador, respectivamente. Os dados foram obtidos do Sivep-Gripe e do Sistema de Informação de Mortalidade. A difusão espacial foi analisada a partir das Estimativas de Kernel e das mudanças na Autocorrelação Local. O Urban Health Index (UHI) foi utilizado como proxy das condições de vida. Foi realizada a regressão linear bivariada e multivariada para avaliar a relação entre condições de vida, hospitalização e mortalidade.

Resultados
Foram notificadas 15.685 internações com diagnóstico final de SRAG/COVID-19 e 6.014 óbitos no período analisado. Internações e óbitos foram predominantes em idosos, homens e pretos/pardos. Bairros periféricos apresentaram maior vulnerabilidade social. Quando o UHI piorou, as hospitalizações aumentaram em média 5,03 para cada 10 mil habitantes (β= 5,03; p-valor < 0,000) e a mortalidade aumentou em média 2,55 para cada 10 mil hab (β= 2,55; p-valor 0,007). A observação de epicentros espaciais de internações e mortalidade em áreas com precárias condições de vida evidencia as desigualdades sociais no que diz respeito ao adoecer e morrer em Salvador.

Conclusões/Considerações
A persistência da mortalidade em áreas com baixas condições de vida enfatiza as desigualdades sociais frente ao adoecer e o morrer de Covid-19 em Salvador. Embora áreas conhecidas por concentrar população com maior poder aquisitivo também apresentassem epicentros de mortalidade, esses não se mantiveram constantes ao longo do período analisado, evidenciando a necessidade da assistência precoce e serviços qualificados nas periferias.