22/11/2022 - 08:30 - 10:00 CC5.4 - DESIGUALDADE SOCIAL E MORTALIDADE POR COVID-19 |
42901 - EXCESSO DE MORTALIDADE SEGUNDO GRUPO DE CAUSAS NO PRIMEIRO ANO DE PANDEMIA POR COVID-19 NO BRASIL RAPHAEL MENDONÇA GUIMARÃES - FIOCRUZ, MARIANA PASSOS RIBEIRO PINTO BASÍLIO DE OLIVEIRA - UNESA, VIVIANE GOMES PARREIRA DURA - UNESA
Apresentação/Introdução A pandemia passou por diversas fases, todas elas com impacto no nível de mortalidade no Brasil, com aumento importante na mortalidade geral e excesso de mortes em 2020, comparado aos anos anteriores. Este impacto tende a ser diferencial por grupo de causas de morte, uma vez que algumas delas tem relação com a desassistência, enquanto outras tem relação com a interação social.
Objetivos estimar o excesso de mortalidade segundo causa de óbito no Brasil e estados no primeiro ano de pandemia.
Metodologia O número de óbitos esperado foi estimado considerando análise de tendência linear com o número de mortes entre os anos de 2015 e 2019, para cada grupo de causas e cada unidade da federação. Calculamos as razões de mortalidade padronizadas, e os intervalos com 95% de confiança para cada SMR foram calculados assumindo uma distribuição Poisson. As análises foram realizadas no programa R, versão 4.1.3.
Resultados Observamos um excesso de 19% nos óbitos em 2020 (SMR= 1,19; IC= 1,18- 1,20). O grupo de Doenças Infecciosas e Parasitárias obteve maior destaque entre as causas definidas (SMR=4,80, IC 95% 4,78 – 4,82). As causas mal definidas apresentaram grande magnitude neste período (SMR 6,08, IC 95% 6,06 – 6,10). Há grupos que apresentaram número de óbitos abaixo do esperado: doenças do aparelho respiratório (10% abaixo do esperado) e causas externas (4% abaixo do esperado). Identificamos grande heterogeneidade entre as unidades da federação. Os estados com maiores SMR estão concentrados na região norte, e os que possuem menores SMR estão concentrados nas regiões sul e sudeste.
Conclusões/Considerações Há um excesso de mortalidade ocorrendo durante a pandemia de Covid-19. Ele não ocorre somente no grupo das síndromes respiratórias agudas graves, mas em outros grupos de causa. Este excesso é resultado não apenas da Covid-19 em si, mas da resposta social e da gestão do sistema de saúde em responder a uma miríade de causas que já possuíam um ritmo de tendência anterior a ela.
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