Comunicação Coordenada

22/11/2022 - 08:30 - 10:00
CC5.4 - DESIGUALDADE SOCIAL E MORTALIDADE POR COVID-19

40385 - MORTALIDADE, INTERNAÇÃO EM UTI E USO DE SUPORTE VENTILATÓRIO INVASIVO NOS CASOS DE COVID-19 EM MULHERES GESTANTES E NÃO-GESTANTES NO BRASIL
ANA ELISA MADALENA RINALDI - UFU, CAMILA ABADIA RODRIGUES MEIRA - UFU, MARÍLIA NEVES SANTOS - UFU, CARLA CRISTINA ENES - PUCCAMP, LUCIANA BERTOLDI NUCCI - PUCCAMP, WOLNEY LISBOA CONDE - USP


Apresentação/Introdução
A maioria dos estudos publicados sobre risco de desfechos de saúde desfavoráveis em função da COVID-19 durante a gestação incluem gestantes com e sem comorbidades prévias, riscos no segundo trimestre gestacional e indícios de que a mortalidade seria maior entre as gestantes e puérperas. Entretanto, há escassez de estudos que comparam a morbi-mortalidade entre gestantes e não-gestantes.

Objetivos
Comparar a mortalidade, admissão em unidade de terapia intensiva (UTI) e uso de suporte ventilatório invasivo (SVI) nos casos de COVID-19 em gestantes e não-gestantes no Brasil.

Metodologia
Utilizamos dados do Sistema de Informação da Síndrome Respiratória Aguda Grave(SRAG) de março/2020 a março/2022. Incluímos mulheres de 15 a 49 anos, hospitalizadas, com diagnóstico de COVID-19 (RT-PCR). Os desfechos foram mortalidade, admissão em UTI e uso de SVI. As exposições foram: ser ou não gestante e trimestres gestacionais. Pareamos a amostra de gestantes e não-gestantes segundo faixa etária, região geográfica e semana epidemiológica (n=33113 não-gestantes;n=15567 gestantes). A associação entre estar gestante e os desfechos foi verificada pela regressão logística condicional e, para dados de 2021, acrescentamos a interação da exposição com o status da vacinação(não/sim).

Resultados
A frequência de morte foi superior entre mulheres não-gestantes (17,6% vs 7,9%) e maior no 2º trimestre gestacional (10%); a frequência de internação em UTI foi superior entre não-gestantes (30,3% vs 26,1%) e maior no 2º trimestre (32,6%). Uso de SVI foi superior entre não-gestantes (46,6% vs 38,5%). Estar no 2º trimestre aumentou em 26% a chance de admissão em UTI (OR=1,26; IC95%=1,15;1,39) comparadas às não gestantes. A chance de admissão em UTI foi menor entre gestantes vacinadas no 2º (OR=0,74;IC95%=0,62;0,88) e 3º trimestres (OR=0,65;IC95%=0,57;0,74). Não houve interação entre status da vacinação e frequência de morte e uso de SVI entre gestantes e não-gestantes.

Conclusões/Considerações
Verificamos que a frequência dos três principais desfechos analisados nesse estudo foi superior entre as mulheres não-gestantes. Entretanto, estar no segundo trimestre gestacional se apresentou como um fator de risco para admissão em UTI. A vacinação parece ter contribuído com a atenuação desse risco.