Comunicação Coordenada

22/11/2022 - 08:30 - 10:00
CC5.4 - DESIGUALDADE SOCIAL E MORTALIDADE POR COVID-19

39185 - MORTALIDADE POR CONDIÇÕES DE SAÚDE POSTERIORES A COVID-19 NO BRASIL
ROSEANY PATRICIA DA SILVA ROCHA - DOUTORANDA, INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA, UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO., ANA PAULA MURARO - DOUTORA EM CIÊNCIAS, INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA, UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO.


Apresentação/Introdução
O Brasil está na lista dos países com o maior número de óbitos por Covid-19. Ao final de 2020, o Ministério da Saúde recomendou o registro dos óbitos por condições de saúde posteriores a doença, sendo ainda um desafio pelo grau de subnotificação de óbitos no país.

Objetivos
Descrever os óbitos registrados no Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) em 2021 no Brasil como condições de saúde posteriores à Covid-19.

Metodologia
Estudo descritivo, com dados preliminares do SIM de 2021, acessados em maio de 2022. Adotou-se como critério de seleção os registros que apresentaram como Causa Básica o código CID B94.8 (sequelas de outras doenças infecciosas e parasitárias especificadas), sendo então selecionados os que apresentavam na linha A linha B, linha C, linha D ou linha II o código U09.9 (condição de saúde posterior à Covid-19, não especificada), que configura causa como óbitos por sequelas posterior à Covid-19 conforme orientações do Ministério da Saúde. Foi avaliado a distribuição por região geográfica, sexo, faixa etária, raça/cor, escolaridade e local de ocorrência.

Resultados
Dos 1.790.796 óbitos registrados em 2021, 3.182 (0,18%) tinham o código B94.8 como causa básica, destes 2.950 com marcador U09.9. Foram excluídos dois registros por terem menos de 18 anos de idade, sendo considerados 2.948 registros na análise). Mais da metade dos óbitos ocorreu na Região Sudeste (55,2%), do sexo masculino (58,0%), com 60 anos ou mais de idade (66,9%), de cor da pele branca (51,8%) e 90% ocorreram em hospitais. Cerca de 25% dos registros não tinham informação de escolaridade, e 30% tinham ensino fundamental incompleto. Destaca-se o número de 23 registros que tiveram o código U04.9 e V09.9, que podem configurar erro de codificação ou digitação da declaração de óbito.

Conclusões/Considerações
Faz-se importante avaliar a magnitude da mortalidade por condições posteriores a Covid-19, bem como avaliar as possíveis codificações errôneas. Conhecer os grupos que apresentaram maior risco de vir a óbito por essas condições possibilitando o planejamento de ações para o melhor atendimento dos casos para além da fase aguda.